O Curtas Vila do Conde começa a festa com os "seus" autores

Festival arranca este sábado com a ante-estreia de O Outro Lado da Esperança, de Aki Kaurismäki, num primeiro fim-de-semana cheio e em cheio dedicado a cineastas muito da casa.

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O Outro Lado da Esperança abre oficialmente o festival às 18h30 deste sábado no Teatro Municipal de Vila do Conde

Aki Kaurismäki primeiro, Buster Keaton em seguida e Kelly Reichardt a fechar a noite: é uma abertura em força para a edição dos 25 anos do Curtas Vila do Conde, que começa oficialmente este sábado ao fim da tarde (Teatro Municipal, 18h30) com a ante-estreia nacional de O Outro Lado da Esperança, a nova obra do cineasta finlandês e o segundo volume da “trilogia dos portos” iniciada com Le Havre (2011), que lhe valeu o prémio de realização no Festival de Berlim. Antes, às 15h30, dá-se início à secção Curtinhas, dedicada aos mais novos, com a exibição de Gru – O Mal-Disposto 3; depois, às 21h45, Pamplinas Maquinista (1926), clássico da comédia muda de Buster Keaton, com uma partitura do compositor Andrew Simpson interpretada ao vivo pela Atlantic Coast Orchestra, lança a secção Stereo e, às 23h, exibe-se a última longa-metragem da autora de Wendy & Lucy, Certain Women, com Laura Dern, Michelle Williams e Kristen Stewart, que não teve honras de estreia nacional.

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Aki Kaurismäki primeiro, Buster Keaton em seguida e Kelly Reichardt a fechar a noite: é uma abertura em força para a edição dos 25 anos do Curtas Vila do Conde, que começa oficialmente este sábado ao fim da tarde (Teatro Municipal, 18h30) com a ante-estreia nacional de O Outro Lado da Esperança, a nova obra do cineasta finlandês e o segundo volume da “trilogia dos portos” iniciada com Le Havre (2011), que lhe valeu o prémio de realização no Festival de Berlim. Antes, às 15h30, dá-se início à secção Curtinhas, dedicada aos mais novos, com a exibição de Gru – O Mal-Disposto 3; depois, às 21h45, Pamplinas Maquinista (1926), clássico da comédia muda de Buster Keaton, com uma partitura do compositor Andrew Simpson interpretada ao vivo pela Atlantic Coast Orchestra, lança a secção Stereo e, às 23h, exibe-se a última longa-metragem da autora de Wendy & Lucy, Certain Women, com Laura Dern, Michelle Williams e Kristen Stewart, que não teve honras de estreia nacional.

Entretanto, a Solar – Galeria de Arte Cinemática abre as portas (17h) à exposição Terra, conjunto de seis instalações site-specific construídas a partir de filmes e com especial atenção à noção de espaço, assinadas por Priscila Fernandes, Joana Pimenta, Lúcia Prancha, Pedro Neves Marques e as duplas Gabriel Abrantes/Ben Rivers e Mariana Caló/Francisco Queimadela. No pequeno auditório do Teatro Municipal (21h45), dá-se início ao programa de aniversário Carta Branca – 25 filmes escolhidos por 25 figuras do cinema, da música, da escrita ou da imprensa – com a primeira de nove sessões. Para abrir, curtas de Sandro Aguilar (Corpo e Meio, escolha do académico e programador Daniel Ribas) e Luís Vieira Campos (Bicicleta, com argumento de Valter Hugo Mãe, escolha do jornalista Ricardo Alexandre).

Deste e até ao próximo sábado, dia 15, a “capital nacional da curta-metragem” faz a festa do quarto de século. As secções competitivas (Internacional, Experimental, Videos Musicais, Take One! para jovens realizadores, Curtinhas, e a “nobre” Nacional), bem como a retrospectiva dedicada ao cineasta de culto francês F. J. Ossang, preenchem o grosso das sessões a partir de segunda-feira. O primeiro fim-de-semana fica assim, como é tradicional, para eventos “fora de formato": depois de Kaurismäki, Keaton e Reichardt, Sandro Aguilar mostra em estreia mundial a sua segunda longa em quase 20 anos de carreira, Mariphasa (Teatro Municipal, 21h), antecedendo a passagem do filme póstumo de Abbas Kiarostami, 24 Frames (23h), ensaio-documentário que literalmente “dá vida” a uma série de imagens que o cineasta iraniano tirou enquanto fotógrafo. O Auditório Municipal, onde o Curtas cresceu e ganhou importância, e que foi entretanto renovado, associa-se às bodas de prata do festival e recebe às 23h45 um concerto dos “heróis locais” Evols em pré-apresentação do seu novo álbum, ao mesmo tempo que mostra uma exposição fotográfica, A Glória de Fazer Cinema em Portugal.

Do internacional ao local

É um fim-de-semana que reforça a importância “histórica” e continuada do festival, reunindo cineastas que fazem parte da sua carteira de “autores” regulares: Aki Kaurismäki (que, já se sabe, passa parte do ano entre nós) foi alvo de uma retrospectiva dos seus formatos curtos logo à segunda edição, em 1994; Abbas Kiarostami teve uma “carta branca” em 1995; Kelly Reichardt esteve no festival em 2014 a acompanhar uma retrospectiva da sua obra; Sandro Aguilar mostrou todas as suas curtas no Curtas, tendo vencido o concurso nacional em 2001 com Corpo e Meio e realizado duas “encomendas”, Remains para os dez anos e Undisclosed Recipients no âmbito do projecto de formação Campus/Estaleiro.

Por falar em “estaleiro”, o Curtas tem sempre feito questão de impulsionar a produção de cinema “local” – em Vila do Conde e arredores – como “memória descritiva” da história e da cultura. Este ano, exibe uma sessão especial (Teatro Municipal, 17h) que reúne dois novos filmes: a longa de Morag Brennan e Steve Harrison Um Conto de Duas Cidades, documentário sobre a Póvoa de Varzim nas décadas de 1950 e 1960, e a curta de José Manuel Sá e Paulo Pinto Vaza, ficção rodada na comunidade piscatória das Caxinas.

Isto tudo só nos primeiros dois dias – tudo o que se vai passar a partir daqui está no site oficial: http://festival.curtas.pt