"Houve falhas" no SIRESP, garantem Bombeiros de Pedrógão Grande

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Daniel Rocha

O comandante dos Bombeiros Voluntários de Pedrógão Grande, Augusto Arnaut, garantiu nesta terça-feira à agência Lusa que "houve falhas" no Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP).

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O comandante dos Bombeiros Voluntários de Pedrógão Grande, Augusto Arnaut, garantiu nesta terça-feira à agência Lusa que "houve falhas" no Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP).

"Eu já reportei a quem de direito. Passados dois dias, reportei a quem de direito", afirmou Augusto Arnaut, depois de questionado sobre o funcionamento do SIRESP.

O comandante dos Bombeiros Voluntários de Pedrógão Grande não se quis alongar mais em considerações sobre o funcionamento do SIRESP, limitando-se a reafirmar que reportou a situação "a quem de direito".

O relatório de desempenho do SIRESP, publicado nesta terça-feira no portal do Governo, diz, contudo, que “a informação apresentada permite concluir que não houve interrupção no funcionamento da rede SIRESP, nem houve nenhuma estação base que tenha ficado fora de serviço em consequência do incêndio".

No entanto, a "fita do tempo" das comunicações registadas pela Autoridade Nacional da Proteção Civil (ANPC) revela falhas "quase por completo" nas primeiras horas do incêndio em Pedrógão Grande, "impedindo a ajuda às populações".

A "fita do tempo" "resulta do Sistema de Apoio à Decisão Operacional (SADO) da ANPC, uma espécie de ‘caixa negra' que permite registar a sequência ordenada dos principais acontecimentos e decisões operacionais.

Os registos foram disponibilizados ao primeiro-ministro no dia 23, um dia depois de a ANPC ter enviado a António Costa as primeiras explicações sobre as falhas nos incêndios.

"No primeiro documento era já deixado de forma clara que a rede SIRESP tinha falhado durante quatro dias".

O primeiro registo da ‘fita do tempo' é das 19h45 de sábado, hora em que começaram os problemas na rede de comunicações.

Segundo esta, foi nestas primeiras horas que existiram vários pedidos de ajuda de pessoas cercadas pelo fogo, a que os comandos operacionais não conseguiram dar resposta imediata, devido às falhas nas comunicações.