Aplicação ajuda a conhecer onda de poluição nas praias

Desde 2016, pode registar o tipo de lixo que apanha nas praias e em que quantidades no Clean Swell.

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NFS - Nuno Ferreira Santos

Foi à praia e apanhou 10 palhinhas, quatro sacos de plástico e duas beatas da areia para as meter no lixo. Será esta informação revelante para alguém? É. A Ocean Conservancy, uma organização não-governamental preocupada com o futuro dos oceanos, teve a ideia de reunir estes dados numa aplicação móvel.

A Clean Swell está disponível para Android e iTunes e pretende envolver os cidadãos na luta contra a poluição dos oceanos através da recolha do lixo apanhado nas praias (em terra ou debaixo de água). Na altura do registo, o utilizador pode distribuir o que encontrou por 20 categorias diferentes – como microplásticos, palhinhas, brinquedos, sacos de plástico ou balões. Toda a informação é armazenada no histórico do utilizador e pode ser partilhada com os amigos.

A meta desta iniciativa é “alimentar”, de forma colaborativa e instantânea, a base de dados que esta organização criou para a identificação das áreas mais afectadas pela poluição e quais os itens mais problemáticos. Além disso, também poderá ser uma ferramenta útil para investigadores e entidades governamentais na busca de soluções para este problema.

O balanço de 2016 foi divulgado recentemente e revela que os cigarros foram o grande campeão (quase 1,9 milhões recolhidos das praias), seguidos das garrafas de plástico. Além disso, os resultados deste trabalho voluntário permitiram que, só no ano passado, fossem recolhidos das praias de todo o mundo oito milhões de quilos de lixo. Um valor que a Ocean Conservancy diz exceder a soma do peso de 300 crocodilos, 600 rinocerontes, 700 elefantes, 200 zebras e 400 girafas, 500 hipopótamos e 100 leões.

Hong Kong é das zonas mais activas do globo, com mais de 76 mil pessoas envolvidas nesta iniciativa, mas os Estados Unidos assumem a liderança, com 183.321 participantes. Em declarações ao Daily Mail, Allison Schutes, líder sénior da Ocean Conservancy, conta que, na recolha de todo este lixo, já foi percorrida uma distância superior a duas voltas à Lua.

Texto editado por Ana Fernandes

 

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