Marcelo recebeu presidentes da CGD para conhecer solução para agência de Almeida

Rui Vilar e Paulo Macedo foram a Belém na sequência dos protestos da população de Almeida.

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Rui Gaudêncio/Arquivo

Presidente da República recebeu nesta terça-feira os presidentes executivo e do conselho de administração da CGD numa reunião em que foi discutido o encerramento do balcão de Almeida e a solução encontrada para responder aos apelos da população.

A informação foi avançada pela presidência, numa nota em que dá conta de que Marcelo Rebelo de Sousa recebeu os presidentes do Conselho de Administração e da Comissão Executiva da Caixa Geral de Depósitos (CGD), Rui Vilar e Paulo Macedo, respectivamente, para um encontro em que "lhe deram conhecimento do acordo ajustado, no passado mês de Abril, entre aquela instituição e o presidente da Câmara Municipal de Almeida".

O Presidente da República diz que "tomou conhecimento destas informações" e acrescentou que a 16 de Maio será a vez de receber o presidente da Câmara Municipal de Almeida, António Baptista Ribeiro.

Na sequência da polémica do fecho da agência do banco público na sede do concelho de Almeida, o que motivou manifestações da população e dos autarcas locais, a CGD disponibilizou-se para instalar uma área automática na sede da câmara de Almeida, com o apoio temporário de trabalhadores do banco.

Segundo a informação divulgada no início deste mês pela Lusa, o administrador executivo da CGD, José João Guilherme, enviou uma carta ao presidente da câmara de Almeida a dar conta de que a CGD tem o "maior interesse em manter os serviços bancários na localidade de Almeida".

O banco público manifestou nessa carta a disponibilidade de avançar com a instalação de uma área automática na sede da Câmara Municipal (uma caixa multibanco da CGD, que permite a utilização de cadernetas), ou noutro local a acordar com as partes, tal como já tinha proposto ao presidente do município em 18 de Abril, e ainda a possibilidade de trabalhadores do banco prestarem apoio à população "em determinados dias e horário previamente estabelecido".

O administrador da CGD salientou que foi acordado com o autarca de Almeida a "deslocação diária, por um período transitório (entre três a seis meses), de colaboradores da Caixa, com o objectivo de esclarecer dúvidas, apoiar os clientes na utilização do parque de máquinas, apoiar os clientes na adesão a produtos de movimentação e de contacto com o banco, nomeadamente cartões de débito e homebanking ('Caixadirecta')".

Ainda na carta, o administrador da CGD admitiu a manutenção temporária "da área automática da agência de Almeida" (nas actuais instalações da CGD) e acrescentou que a solução do “banco móvel” (uma carrinha) está "em desenvolvimento".

Depois de ter sido conhecida a carta, no mesmo dia, o vice-presidente da câmara de Almeida disse à agência Lusa que a autarquia está disponível para dialogar com a administração da CGD, mas desde que "na sede do concelho de Almeida fiquem todos os serviços da CGD, incluindo os serviços de tesouraria".

O fecho da agência de Almeida faz parte do plano da CGD para encerrar 61 agências por todo o país e consta da reestruturação do banco público acordada com a Comissão Europeia, na sequência da recapitalização de cerca de 5.000 milhões de euros.

Com o fecho do balcão de Almeida, já efectuado, os habitantes têm de se deslocar a Vilar Formoso, que dista cerca de 15 quilómetros da sede de concelho, o que tem motivado protestos.