A irreverência de Violeta e a reverência da Time

Violeta Santos Moura
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Violeta Santos Moura

A fotógrafa transmontana Violeta Santos Moura foi distinguida pela revista Time como uma das 34 vozes femininas mais relevantes do fotojornalismomundial. O P3 pediu-lhe que fizesse uma retrospectiva fotográfica da sua carreira e este é o resultado.

"Unwelcome", 2016. Este é o seu último trabalho e retrata o quotidiano de um grupo de refugiados oriundos da Eritreia a residir em Telavive, Israel. "Estes são homens que tentam escapar um serviço militar obrigatório que os força à escravatura", explica no website. O seu destino original era a Líbia, mas a guerra que se instalou em 2011 e se manteve nos seguintes anos forçou os migrantes a um redireccionamento; entre os novos destinos, Israel. Actualmente, existe um estigma associado aos requerentes de asilo africanos no país. Não são reconhecidos oficialmente como refugiados e correm risco de detenção e deportação "voluntária".

Breaking Their Silence, 2011-2013. O trabalho que desenvolveu durante dois anos, em Telavive, enfoca num grupo de soldados israelitas que cumpriu serviço militar em território palestiniano (na Cisjordânia e Faixa de Gaza) intitulado "Breaking the Silence" que afirma que, ao contrário do que é veiculado pelo governo israelita, a presença militar em território palestiniano não advém de uma necessidade de segurança da população israelita, mas sim de uma posição de agressão e controlo da população palestiniana, acção que consideram "moralmente errada". O projecto incide um foco de luz também sobre a censura operada sobre os meios de comunicação social do país, cuja visão condiz com a do partido de direita que governa.

Austeridade, 2012-2013. O projecto tem enfoque na crise económica que se abateu sobre Portugal nos últimos anos. 26% marcava a taxa de desemprego, aumentos exponenciais de importos, baixas abruptas de salários, carências sociais profundas marcavam o dia-a-dia dos portugueses durante este período. Sobre o projecto, Violeta diz ter sido um dos mais dolorosos que realizou. Não documentou a crise com o intuito de vender o projecto, mas sim com o de transpirar as toxinas de quem é directamente afectado por ela.

O restante trabalho de Violeta pode ser visto no seu website. A entrevista completa com a fotógrafa pode ser lida aqui.

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