Egipto condena 56 pessoas por naufrágio que matou 203 migrantes

Barco naufragou quando se dirigia a Itália, provocando a morte de 203 pessoas, e levando o Parlamento egípcio a aprovar uma nova lei contra o tráfico de pessoas.

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O Egipto tornou-se, em 2016, o segundo ponto de partida de emigrantes que viajam ilegalmente para a Europa por mar, a seguir à Líbia Reuters/YANNIS BEHRAKIS

O Tribunal Penal de Rashid, no Egipto, condenou este domingo 56 pessoas a penas de dois a 14 anos de prisão pelo naufrágio de um barco que provocou a morte de 203 migrantes a 21 de Setembro do ano passado, informou a agência MENA.

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O Tribunal Penal de Rashid, no Egipto, condenou este domingo 56 pessoas a penas de dois a 14 anos de prisão pelo naufrágio de um barco que provocou a morte de 203 migrantes a 21 de Setembro do ano passado, informou a agência MENA.

O tribunal considerou os condenados culpados de homicídio involuntário, fraude e negligência, além do uso de barco sem licença e de pôr em risco a vida de crianças.

O barco dirigia-se a Itália, para onde milhares de egípcios tentam emigrar anualmente, levando a bordo migrantes egípcios, sudaneses, eritreus e somalis. O Egipto tornou-se, em 2016, o segundo ponto de partida de emigrantes que viajam ilegalmente para a Europa por mar, a seguir à Líbia.

Depois do naufrágio de Setembro, onde 169 pessoas foram resgatadas, de acordo com a Reuters, as forças de segurança detiveram dezenas de pessoas, incluindo o dono do barco, a tripulação e traficantes.

Quase um mês depois do naufrágio, o Parlamento egípcio aprovou uma lei a penalizar o tráfico de pessoas e o apoio à migração ilegal. A nova lei castiga com penas de prisão e multas avultadas (entre 5120 e 20.477 euros) "qualquer pessoa que cometa o crime de traficar, tenha intenção de o fazer ou de servir de mediador".

Desde que a Turquia e a União Europeia chegaram a acordo, há cerca de um ano, para travar o fluxo de migrantes e refugiados que navegam da costa da Turquia para a Grécia, as pessoas que tentam chegar à Europa por mar começaram a procurar outras rotas mais perigosas do norte de África para a Itália.

Mais de cinco mil pessoas morreram no Mar Mediterrâneo no ano passado, de acordo com agências internacionais, assinalando o triste número recorde. O pior dos acidentes conhecidos aconteceu em Abril, quando cerca de 500 migrantes de África, incluindo crianças, morreram quando um barco de pesca virou ao largo da costa do Egipto.