Salvador Sobral vai “amar pelos dois” e cantar por Portugal na Eurovisão

O tema que Luísa Sobral compôs para o irmão cantar no Festival da Canção foi o vencedor da 51.ª do histórico concurso da RTP. “Simplicidade” foi a palavra-chave do sucesso de Amar pelos dois, que segue viagem para a Ucrânia.

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“Eu sei que não se ama sozinho” cantava Salvador Sobral e, neste caso, não esteve realmente só: a sua canção foi a preferida do júri e a segunda mais votada pelos telespectadores, conquistando o primeiro lugar da 51.ª edição do Festival da Canção. Amar pelos dois, tema composto por Luísa Sobral, irmã do intérprete, foi o escolhido na noite deste domingo, no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, para representar Portugal na primeira meia-final do concurso da Eurovisão, que acontecerá em Kiev, na Ucrânia, a 9 de Maio.

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“Eu sei que não se ama sozinho” cantava Salvador Sobral e, neste caso, não esteve realmente só: a sua canção foi a preferida do júri e a segunda mais votada pelos telespectadores, conquistando o primeiro lugar da 51.ª edição do Festival da Canção. Amar pelos dois, tema composto por Luísa Sobral, irmã do intérprete, foi o escolhido na noite deste domingo, no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, para representar Portugal na primeira meia-final do concurso da Eurovisão, que acontecerá em Kiev, na Ucrânia, a 9 de Maio.

“O que funcionou neste tema – para além da interpretação do meu irmão – foi a sua simplicidade”, acredita Luísa Sobral, acrescentando que a “canção foi ganhando vida própria”. Em resposta às críticas de que o tema não se enquadrava nos critérios festivos da competição internacional, Salvador Sobral diz que a sua missão na capital ucraniana é fazer com que as pessoas sintam a canção da mesma forma que ele próprio a sentiu quando a ouviu pela primeira vez. “Vou passar sentimentos às pessoas, é isso que vou fazer”, garante.

Depois de a canção ter sido eleita vencedora, os irmãos Sobral partilharam o palco e cantaram em conjunto para fechar o festival. Ainda assim, garantem que em Kiev só Salvador cantará, até porque “não é permitido” que cantem os dois.

“Cantar para um coliseu cheio foi uma sensação incrível”, admite o vencedor do Festival da Canção, que tem sofrido de algumas complicações de saúde. “Se eu desmaiar, não levem a mal”, brincava Salvador no início da entrevista. O cantor foi submetido a uma cirurgia no dia 22 de Fevereiro, pelo que diz terem sido dias complicados. “Fisicamente, [a actuação] foi das coisas mais difíceis, mas quando estou em palco desaparece tudo.”

A final do Festival da Canção decorreu na noite deste domingo, e foi transmitida em directo a partir do Coliseu dos Recreios, numa emissão que celebrou também os 60 anos da RTP.

Catarina Furtado, que apresentou a emissão lado-a-lado com Sílvia Alberto, considera que o facto de serem “duas mulheres a apresentar o festival foi muito inovador” (nunca tinha acontecido), mas “levou meses de preparação” para que fosse possível o duplo-pivô. Ao longo do programa, juntaram-se às apresentadoras outras caras conhecidas da RTP, como Jorge Gabriel, Fátima Campos Ferreira, Carlos Daniel ou Vasco Palmeirim.

Esta edição marcava o regresso do Festival da Canção, depois de um hiato em 2016, com a promessa de maior diversidade musical e algumas novidades. Entre elas, a possibilidade de levar a concurso canções integralmente escritas em inglês; no entanto, dos oito temas finalistas, só Pedro Gonçalves cantou na língua ânglica. Os irmãos Sobral dizem que cantar em inglês não faria sentido, já que a “poesia não se traduz”, explica a compositora da música vitoriosa. E se os europeus não compreenderem o que é cantado? Luísa Sobral responde: “A maneira como o Salvador canta e a melodia e harmonia valem por si, transcendem a letra”.

A escolha da canção vencedora foi feita através de duas votações: uma por televoto e outra por parte do júri, ambas a valer 50%.

As votações por telefone estiveram abertas desde o início da semana passada, depois de ter sido conhecida a segunda vaga de finalistas, e encerraram pouco antes das doze badaladas da noite da gala. A canção preferida dos telespectadores foi a dos Viva La Diva, Nova glória; em segundo lugar ficou Salvador Sobral; em terceiro, Don’t walk away, cantada por Pedro Gonçalves.

Por outro lado, o júri era constituído por 21 jurados, representativos das sete regiões de Portugal (Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo, Algarve, Açores e Madeira). A canção Amar pelos dois foi a preferida de cinco júris regionais e a segunda mais votadas pelos jurados das outras duas – Lisboa e Vale do Tejo, que preferiu a música Nova glória; e o Algarve, que atribuiu a pontuação máxima a Pedro Gonçalves.

Os primeiros quatro finalistas – em que se incluía Salvador Sobral – tinham sido definidos na primeira meia-final, a 19 de Fevereiro, e os restantes quatro na segunda meia-final, a 25 de Fevereiro. Durante a cerimónia, foi anunciado que as 16 músicas que estiveram inicialmente a concurso no Festival da Canção ficarão compiladas num álbum.

As canções vencedoras

1. Amar pelos dois

Intérprete: Salvador Sobral. Composição: Luísa Sobral.

2. Nova Glória

Intérprete: Viva La Diva (Kika Cardoso, Luís Peças e João Paulo Ferreira). Composição: Nuno Gonçalves.

3. Primavera

Interpretação e composição: Celina da Piedade.

4. Gente bestial

Intérprete: Jorge Benvinda. Composição: Nuno Figueiredo.

5. Poema a dois

Intérprete: Fernando Daniel. Composição: Nuno Feist.

6. Don’t walk away

Intérprete: Pedro Gonçalves. Composição: João Pedro Coimbra.

7. Nunca me fui embora

Intérprete: Lena d’Água. Composição: Pedro da Silva Martins.

8. O que eu vi nos meus sonhos

Intérprete: Deolinda Kinzimba. Composição: Rita Redshoes.