Juncker avisa Reino Unido que factura do "Brexit" será "muito" cara

Presidente da Comissão Europeia diz que a arquitectura futura das relações entre Reino Unido e União Europeia demorará anos a ser decidida.

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LUSA/OLIVIER HOSLET/Arquivo

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, afirmou esta terça-feira que o Reino Unido pode esperar uma factura “muito salgada [cara]" pelo processo de saída da União Europeia, e que não deve procurar um acordo de “custo reduzido ou de custo zero”.

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O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, afirmou esta terça-feira que o Reino Unido pode esperar uma factura “muito salgada [cara]" pelo processo de saída da União Europeia, e que não deve procurar um acordo de “custo reduzido ou de custo zero”.

Falando ao Parlamento belga, Juncker referiu a tristeza pessoal pelo “Brexit” e prevê “negociações difíceis”, que têm duração prevista de dois anos para “chegar a um acordo sobre os arranjos da saída”. No entanto, “para concordar sobre a arquitectura futura das relações entre o Reino Unido e União Europeia, vão ser precisos anos", cita o Guardian.

Juncker diz que o Reino Unido deve pagar um preço elevado pelos compromissos que assumiu enquanto Estado-membro, acrescentando que o “Brexit” foi uma “crise que nos preocupou a todos”.

Nas declarações, o líder da Comissão Europeia lembrou também o histórico primeiro-ministro britânico, Winston Churchill, para lembrar o que a Europa deve ao Reino Unido: “Precisamos de resolver os nossos assuntos não com os nossos corações cheios de um sentimento de hostilidade, mas com o conhecimento de que o continente deve muito ao Reino Unido”, afirmou. “Sem Churchill, não estaríamos aqui – não podemos esquecer isso, mas não podemos ser ingénuos”, disse.

“Os nossos amigos britânicos precisam de saber – e eles já o sabem – que não vai ser um custo reduzido ou um custo zero”, rematou Juncker. “Por isso a factura será, para usar um termo vulgar, muito salgada [expressão francesa para cara]. Vai ser necessário que os britânicos assumam os compromissos que livremente assumiram”, reiterou.