China ultrapassa Angola e torna-se o maior mercado externo da Unicer

Empresa facturou 451 milhões e resultados líquidos subiram para 38 milhões de euros.

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NFACTOS / FERNANDO VELUDO

O principal alvo das exportações da Unicer deslocou-se para Oriente. No ano passado, a China ocupou o primeiro lugar no ranking das vendas da empresa no exterior e abriu um novo ciclo na estratégia da cervejeira. Com os cerca de 60 milhões de euros em vendas para Angola registados em 2014 a resumirem-se a “valores residuais” no ano passado, a Unicer foi obrigada a sustentar o seu crescimento no mercado interno e na aposta dos seus principais mercados internacionais. Os resultados de 2016 da empresa que começa a comemorar os 90 anos da sua maior marca, a Super Bock, registam uma queda de 1% nas vendas globais (451 milhões de euros), um aumento de 3% no EBITDA (resultado antes de impostos e amortizações) e uma forte subida nos resultados líquidos, de 26 para 38 milhões de euros.

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O principal alvo das exportações da Unicer deslocou-se para Oriente. No ano passado, a China ocupou o primeiro lugar no ranking das vendas da empresa no exterior e abriu um novo ciclo na estratégia da cervejeira. Com os cerca de 60 milhões de euros em vendas para Angola registados em 2014 a resumirem-se a “valores residuais” no ano passado, a Unicer foi obrigada a sustentar o seu crescimento no mercado interno e na aposta dos seus principais mercados internacionais. Os resultados de 2016 da empresa que começa a comemorar os 90 anos da sua maior marca, a Super Bock, registam uma queda de 1% nas vendas globais (451 milhões de euros), um aumento de 3% no EBITDA (resultado antes de impostos e amortizações) e uma forte subida nos resultados líquidos, de 26 para 38 milhões de euros.

“Reagimos bem aos desafios e superámos os nossos desejos”, diz Rui Ferreira, CEO da empresa. Mas nessa “superação”, há um dado que o administrador faz questão de sublinhar: na comparação dos resultados líquidos dos dois últimos exercícios, há a considerar que em 2015 foram contabilizados os custos de uma reestruturação que determinou o encerramento de uma fábrica e o despedimento de trabalhadores. Ou seja, o forte crescimento dos resultados no ano passado teve por base de comparação o ano difícil de 2015.

Para a Unicer, 2016 decorreu ainda sob a influência do pesadelo angolano, que foi um dos principais sustentáculos do seu crescimento – a empresa, diz Rui Ferreira, “não abandonou a ambição” de construir lá a fábrica que existe em projecto há cerca de uma década. A substituição da produção encaminhada para Angola ocorreu “em diversas geografias”, diz Rui Ferreira. Com o Brasil (“uma aposta que não correu bem”) e Angola fora do baralho, as exportações para outros destinos cresceram 20%, principalmente à custa de África (mais 6%) e da Ásia, onde as vendas (não quantificadas) triplicaram.

Mas a principal mola dos resultados da Unicer foi o mercado interno, que responde por três quartos dos 451 milhões de euros facturados. Em Portugal, as marcas da empresa cresceram no conjunto mais de 6%, diz Rui Ferreira. O que explica este disparo é, na opinião do CEO, a recuperação do índice de confiança dos consumidores, a dinâmica do turismo, “um bom Verão” (em termos de temperatura e de duração) e ainda o “efeito Euro 2016”.

No ano corrente, a Unicer espera consolidar a sua estratégia de crescimento quer nos mercados mais maduros, como o europeu, quer nos destinos onde está a registar elevadas taxas de crescimento, principalmente na Ásia. Em Portugal conta com uma efeméride para lutar pelo reforço de vendas: a sua marca maior, a Super Bock, que responde por mais de 90% das vendas de cerveja da Unicer, faz 90 anos. Nos primeiros dias de Março será lançada uma campanha de marketing para reforçar o poder da marca.