Big Little Lies: um elenco de luxo para falar do mundo feminino

Protagonizada por Reese Witherspoon, Nicole Kidman e Shailene Woodley, a nova série da HBO conta com sete episódios e tem estreia mundial marcada para este domingo, às 2h, no TVSéries.

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Na soalheira Monterey, Califórnia, nada é tão perfeito como parece. Madeline (Reese Witherspoon) é uma dona de casa que se dedica à educação das duas filhas a tempo inteiro e que vive obcecada com o casamento do ex-marido. A ex-advogada Celeste (Nicole Kidman) é mãe de gémeos e tem um casamento aparentemente invejável com um homem mais novo. Jane (Shailene Woodley) é uma jovem mãe solteira recém-chegada à cidade que é integrada no grupo quando o filho de cinco anos é acusado de esganar a filha de Renata (Laura Dern), a arqui-inimiga de Madeline, no recreio da escola. A bolha superficial em que estas mulheres vivem rebenta quando uma morte misteriosa levanta suspeitas entre todos os pais. Big Little Lies tem por base o livro do mesmo nome de Liane Moriarty (Pequenas Grandes Mentiras, em Portugal editado pela ASA) e estreia-se de domingo para segunda, às 2h, no TVSéries. “Na verdade, [o crime] é um trampolim para explorar as personalidades destas mulheres e as relações que têm umas com as outras e com a comunidade”, diz o criador David E. Kelley (Ally McBeal, Boston Legal), ao telefone com o PÚBLICO a partir de Nova Iorque.

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Na soalheira Monterey, Califórnia, nada é tão perfeito como parece. Madeline (Reese Witherspoon) é uma dona de casa que se dedica à educação das duas filhas a tempo inteiro e que vive obcecada com o casamento do ex-marido. A ex-advogada Celeste (Nicole Kidman) é mãe de gémeos e tem um casamento aparentemente invejável com um homem mais novo. Jane (Shailene Woodley) é uma jovem mãe solteira recém-chegada à cidade que é integrada no grupo quando o filho de cinco anos é acusado de esganar a filha de Renata (Laura Dern), a arqui-inimiga de Madeline, no recreio da escola. A bolha superficial em que estas mulheres vivem rebenta quando uma morte misteriosa levanta suspeitas entre todos os pais. Big Little Lies tem por base o livro do mesmo nome de Liane Moriarty (Pequenas Grandes Mentiras, em Portugal editado pela ASA) e estreia-se de domingo para segunda, às 2h, no TVSéries. “Na verdade, [o crime] é um trampolim para explorar as personalidades destas mulheres e as relações que têm umas com as outras e com a comunidade”, diz o criador David E. Kelley (Ally McBeal, Boston Legal), ao telefone com o PÚBLICO a partir de Nova Iorque.

Realizada por Jean-Marc Vallée (O Clube de Dallas), Big Little Lies é um series event de sete episódios de uma hora cada que se inicia com um crime sem ser, na sua essência, uma história policial. Ao contrário do que é habitual no género, não sabemos exactamente qual o crime que foi cometido, quem o cometeu e quem foi a vítima. “A questão fundamental é que aconteceu um assassinato e isso é usado para convidar os espectadores a entrar neste mundo”, esclarece David E. Kelley, reiterando que “à medida que se procura resolver o mistério, a verdadeira jornada trata de perceber quem são estas personagens”. A série parte do micro-sistema onde se deu a briga entre as crianças – que ninguém viu e que nunca é mostrada ao espectador, ficando a dúvida a pairar no ar – para se alargar a temáticas como o bullying, a violência doméstica, a competitividade feminina e o estatuto social, tratadas com “um toque de sátira social”.

A série tem dado que falar pelo elenco de luxo que reúne reconhecidos nomes do cinema. Reese Witherspoon e Nicole Kidman são também produtoras executivas e trabalharam na adaptação do livro de Liane Moriarty ao pequeno ecrã. Além de Shailene Woodley e Laura Dern, Alexander Skarsgård veste pele de Perry, o jovem marido de Celeste, Zoë Kravitz é Bonnie, a instrutora de ioga casada com o primeiro marido de Madeline e Adam Scott é o segundo marido de Madeline, Ed. “Podíamos escrever qualquer coisa, porque tínhamos os atletas para o conseguir cumprir”, explica David E. Kelley, que entrou no projecto depois de Reese Witherspoon e Nicole Kidman e realça o “privilégio de poder imaginá-las nestes papéis e adaptar [a história] ao seu ritmo”.

Apesar da imagem de aparente perfeição, o grupo de mulheres retratado em Big Little Lies enfrenta diversos problemas nos quais os espectadores se poderão rever. “Não é que [o público] vá comparar as suas vidas às das protagonistas, mas deverão relacionar-se em alguma medida com os problemas delas”, afirma David E. Kelley. O criador refere que as “personagens bem construídas do livro” e o trabalho de actores que “estão no topo da sua profissão e seu ofício” possibilitaram a construção de uma trama que “inicialmente, parece superficial e tonta, mas que se torna mais relevante e séria à medida que se desenvolve”. A todos os que leram o livro, David E. Kelley assegura que “a série se mantém bastante fiel ao original”, mas promete que as reviravoltas e as surpresas serão abundantes, mesmo para quem está familiarizado com a comunidade de Monterey.

Tida como uma combinação de Donas de Casa Desesperadas e Pequenas Mentirosas, Big Little Lies vai alternando entre o presente e o passado sem nunca adiantar muito sobre o crime anunciado no primeiro episódio. De acordo com a Variety, são dadas “pistas que são às vezes flashbacks, outras vezes são flash-forwards, e noutras são delírios”, dependendo do contexto. Além disso, a narrativa recorre aos testemunhos dos outros pais e funcionários da escola de Monterey, uma comunidade particularmente adepta de intrigas - sobretudo as que dizem respeito às influentes protagonistas do escândalo. Segundo a Vulture, “[os depoimentos] assemelham-se à discussão da final de um reality show no Twitter”.

Big Little Lies é uma série limitada na narrativa e, por isso, não deverá estender-se para lá da primeira temporada, mas o elenco de luxo e o grande orçamento que, segundo o The Hollywood Reporter, provocou uma disputa entre os vários canais tornam-na uma das maiores apostas televisivas da HBO para este ano. A série será transmitida no TVSéries às segundas-feiras, às 22h45 e chega ao espectador com uma única certeza – em Monterey, todos podem ser culpados.