Europa deve preparar-se para “uma caminhada violenta”

Vice-chanceler alemão ouviu a Trump “um tom altamente nacionalista”.

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Países europeus devem "unir-se na defesa dos seus interesses", defende Gabriel EPA/CLEMENS BILAN

Houve poucas reacções internacionais ao discurso de tomada de posse de Donald Trump que fossem para lá das felicitações da praxe. A principal excepção chegou de Berlim, onde o vice de Angela Merkel e líder dos sociais-democratas alemães ficou preocupado com o “tom altamente nacionalista” da intervenção do novo Presidente dos Estados Unidos e ficou preocupado com as promessas proteccionistas do líder que repete “América primeiro”.

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Houve poucas reacções internacionais ao discurso de tomada de posse de Donald Trump que fossem para lá das felicitações da praxe. A principal excepção chegou de Berlim, onde o vice de Angela Merkel e líder dos sociais-democratas alemães ficou preocupado com o “tom altamente nacionalista” da intervenção do novo Presidente dos Estados Unidos e ficou preocupado com as promessas proteccionistas do líder que repete “América primeiro”.

“Penso que temos de nos preparara para uma caminhada violenta”, disse Sigmar Gabriel, horas depois da cerimónia no Capitólio. Questionado pelo jornalista da televisão ZDF sobre a possibilidade de Trump deixar cair algumas suas promessas, como a imposição de impostos muito altos a carros importados do México, Gabriel disse acreditar que “ele está a falar extremamente a sério”.

As intenções proteccionistas de Trump assustam por várias vias, incluindo a possibilidade de abrir uma guerra comercial com a China que possa prejudicar a economia global. “Se os EUA entrassem em guerra comercial com a China e com toda a Ásia, então nós, enquanto europeus e alemães, seremos parceiros justos”, afirmou. “A Europa e a Alemanha precisam de uma estratégia definida em relação à Ásia e à China e teremos novas oportunidades”, defende Gabriel. A conclusão do político alemão é que “os europeus devem unir-se na defesa dos seus interesses”.

Da Ásia apenas uma reacção, vinda de Taiwan, um território que a China não reconhece como autónomo – e a propósito do qual Trump já alimentou uma polémica, ao atender um telefonema de felicitações da sua líder depois de ter sido eleito. “A democracia é o que une Taiwan e os EUA. Estou impaciente para reforçar a nossa amizade e parceria”, afirmou a Presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen.

O vizinho em cuja fronteira Trump planeia construir um muro para travar a imigração foi outros dos que não ficaram calados no dia da tomada de posse. Depois de lhe dar os parabéns pelo juramento, Enrique Peña Nieto disse a Trump que gostaria de o ver fortalecer os laços entre os dois países, numa "responsabilidade partilhada" mas avisou-o que "a soberania, os interesses nacionais do México e a protecção dos mexicanos" é que são fundamentais para si.

Do Vaticano veio a promessa do Papa de que rezará pelo novo líder americano e vai orar para que “as suas decisões sejam guiadas pelos ricos valores espirituais e éticos ricos que fazem a história do povo americano”, pedindo a Trump que lidere um país “preocupado em cuidar dos pobres, dos excluídos e dos necessitados que, como Lázaro, se detêm à nossa porta”, numa formulação que Francisco parece ter escolhido para incluir os refugiados a quem Trump quer fechar a fronteira.