Vinhos Verdes: Uma região cada vez mais internacional

Projecto alavancou 30 Pequenas e Médias Empresas (PME) na Região.

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Com cerca de 20 mil viticultores e 600 empresas engarrafadoras, a Região dos Vinhos Verdes reúne um elevado número de produtores de pequena dimensão, responsáveis por gerar riqueza e criar postos de trabalho no Norte do país. São, na sua maioria, pequenos produtores que têm aprendido a explorar a diferenciação que a viticultura exposta à influência do Oceano Atlântico lhes proporciona.

Apesar de apenas 20% das empresas registarem actividade exportadora significativa, as últimas duas décadas marcaram a reestruturação da Região com sucessivos recordes de exportação nos últimos 10 anos. Com uma produção anual de 70 milhões de litros que geram mais de 50 milhões de euros em exportações para a economia portuguesa, o Vinho Verde está já presente em 107 países e é líder nacional das exportações de vinhos com Denominação de Origem Controlada (DOC) não licorosos.

Os mercados externos encontram nos Vinhos Verdes um perfil ideal à tendência de consumo de vinhos mais leves, frescos e gastronómicos. A diversidade e versatilidade na harmonização com diferentes pratos, mesmo os mais exóticos da cultura asiática, aliada às excelentes propostas de qualidade/preço da Região, levam-no às prateleiras de supermercados, dos Estados Unidos ao Japão, entre outros destinos.

A Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV), instituição que certifica a Denominação de Origem Vinho Verde, tem desempenhado um importante papel de promotor da internacionalização dos produtores da Região, enquanto agente facilitador de contactos negociais e promocionais. Sobretudo, desde a década de 2000, está em curso um forte programa de promoção em cerca de 10 mercados estratégicos, levando as empresas da Região às principais feiras internacionais, assim como promove a realização de seminários e programas de formação nas principais escolas, organiza provas para o consumidor e capta jornalistas e compradores em visita a Portugal.

Não são alheios a este desenvolvimento os Fundos Comunitários que têm permitido alavancar o orçamento interno da Comissão dos Vinhos Verdes, permitindo que as empresas cheguem a mais mercados, acções e públicos-alvo.

Ao abrigo do Compete 2020 desenvolveu, ao longo dos últimos dois anos, um projecto estruturado de intervenção em matéria de internacionalização junto de 30 Pequenas e Médias Empresas (PME). Com o objectivo de aumentar as exportações em cerca de 10%, o programa apostou no crescimento da notoriedade internacional e valorização dos Vinhos Verdes.

Carlos Teixeira, enólogo da Quinta da Lixa destaca os resultados operacionais do projecto como “uma mais-valia, uma vez que foi possível ir ao mercado alemão e desenvolver acções de branding com distribuidores, assim como a participação na Prowein alavancou o negócio localmente e noutros mercados da Europa, já que se trata de uma plataforma mundial de relações comerciais”. No caso do Reino Unido, “a possibilidade de contactar com as visitas dos media e o facto de poder apresentar directamente os vinhos a consumidores e a restaurantes, são fortes auxiliadores de resultados”, refere.

“Pudemos estabelecer contacto com importadores, apresentar novas colheitas, criar novas relações comerciais ou fortalecer relações já existentes e aumentar o volume de negócios no mercado alemão. No Reino Unido, foi importante poder reforçar a relação com o nosso importador presente na acção”, acrescenta José Oliveira, Administrador da Viniverde – Promoção e Comércio de Vinhos Verdes, S.A.

A Região dá prioridade ao crescimento em mercados orgânicos, rentabilizando recursos financeiros escassos e potenciando um aumento significativo do número de empresas exportadoras em países cujo perfil de consumo reconhece o Vinho Verde como marca de qualidade, para além de permitir reforçar a dimensão de exportação das empresas já internacionalizadas.