"A ilustração científica é a janela da ciência". É assim que Mafalda Paiva descreve o seu trabalho. A designer, que antes de se apaixonar pelo mundo científico, passou pela ilustração infantil, editorial e o "cartoon", nasceu e construiu sua vida na pequena vila de Palmela, local do seu atelier. Mas isso não a impediu de "estar virada para o mundo". Com prémios conquistados e obras expostas em diferentes países, Mafalda consolidou a sua carreira e, actualmente, realiza trabalhos que ultrapassam as barreiras geográficas e chegam até Macau, Chile, Espanha e Panamá. A precisão e perfeição dos seus desenhos são características primordiais: "Ilustrar ciência não é uma ilustração comum. Temos de ser muito rigorosos, não há margem para invenção; para aquela criação artística que nós vemos em muitos desenhos. É preciso representar a realidade". Para alcançar o rigor exigido, de início, é realizada uma pesquisa preliminar, junto de cientistas e de outras fontes e, a partir das ideias que surgem, são criados esboços em papéis, para depois serem digitalizados. No final, o processo de produção das obras chega a demorar cerca de um mês. Os trabalhos da ilustradora já foram publicados em manuais escolares, livros científicos, "papers" e, também, expostos em museus. Há quatro anos neste ramo, a artista portuguesa lembra-se do episódio que marcou a sua trajectória: ser a primeira a ilustrar uma espécie de lagarto recentemente descoberta (foto número 1 desta galeria), a convite da Universidade de Antofagasta no Chile. A arte e a ciência tornam-se um só elemento nas mãos de Mafalda que, através da ilustração, deixa a ciência mais rica e atraente aos olhos de todos os públicos. Outros trabalhos de Mafalda Paiva publicados no P3 estão aqui. I.V.