Este ano quase 50 mil estudantes querem entrar no ensino superior

Número de candidatos volta a subir em relação ao ano passado, recuperando da tendência de quebra na procura que se verificava desde 2008. Universidades e politécnicos falam em “boas notícias” para o sector.

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O número de candidatos deste ano é o mais alto desde 2010 Rita Chantre

São “boas notícias” para o ensino superior em Portugal, concordam reitores e presidentes dos politécnicos: pelo segundo ano consecutivo, o número de candidatos ao concurso nacional de acesso cresceu, situando-se ao nível registado no início desta década e recuperando da quebra que se verificava desde 2008.

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São “boas notícias” para o ensino superior em Portugal, concordam reitores e presidentes dos politécnicos: pelo segundo ano consecutivo, o número de candidatos ao concurso nacional de acesso cresceu, situando-se ao nível registado no início desta década e recuperando da quebra que se verificava desde 2008.

A 1.ª fase de candidaturas terminou à meia-noite desta quarta-feira com 49.655 estudantes a submeterem os seus processos, mais 1349 do que há um ano. Este crescimento de 2,8% junta-se aos 14,3% de aumento da procura registado no concurso do ano passado.

A novidade é “boa” não só para as universidades, mas “sobretudo para o país”, defende o presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), António Cunha. “Portugal precisa de mais gente no ensino superior”, sublinha aquele responsável.

A ideia é partilhada pelo presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), Joaquim Mourato, que lembra que apenas com mais estudantes no ensino superior Portugal será capaz de “avançar na convergência com os principais países da Europa”. O país subscreveu um compromisso europeu que implica que, em 2020, 40% da população entre os 30 e os 34 anos deverá ter uma formação superior.

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O aumento do número de candidatos ao ensino superior abre “boas expectativas” para as colocações, que serão conhecidas dentro de um mês, acredita o presidente do CCISP. Apesar de o ensino universitário continuar a ser o preferido dos estudantes — no ano passado, absorveu quase dois terços dos alunos —, os institutos politécnicos conseguiram aumentar a procura numa percentagem superior e tem crescido sempre, ao longo dos últimos anos, o total de candidatos que coloca cursos politécnicos como primeira opção de entrada. Mourato espera, por isso, que o sector possa sair “reforçado” neste ano lectivo.

Algo está a mudar

Desde o início da 1.ª fase do concurso, a 21 de Julho, que se tinha manifestando a tendência de aumento no número de candidatos face ao ano passado. O concurso começou com 10.047 candidaturas (mais 894 do que em 2015) no primeiro dia, que é um dos mais concorridos habitualmente. O total foi-se mantendo ora ligeiramente acima, ora ligeiramente abaixo face ao mesmo dia do ano passado.

Desde 2010 que o ensino superior público registava uma tendência de quebra na procura, tendo perdido quase dez mil candidatos anuais num período de quatro anos. Em 2015, essa tendência inverteu-se, com um aumento de 5851 estudantes que se apresentaram à 1.ª fase do concurso nacional de acesso.

Para este crescimento contribuem factores como os resultados dos alunos nos exames do ensino secundário e alguma melhoria nas condições económicas da maioria das famílias, como há um ano salientavam ao PÚBLICO vários especialistas. O presidente do CRUP sublinha, porém, um outro aspecto que está a ser decisivo para uma maior procura do ensino superior. “As famílias compreenderam que, independente da situação socioeconómica que possam enfrentar, o futuro passa pela educação”, considera António Cunha.

O presidente da Comissão Nacional de Acesso ao Ensino Superior, João Guerreiro, também tinha sublinhado ao PÚBLICO, na semana passada, o que considera ser “um ambiente mais favorável e maior confiança na aquisição de novas qualificações”.

Os alunos que se candidatam ao concurso nacional de acesso concorrem a um dos 50.688 lugares disponíveis nas universidades e politécnicos públicos. Os resultados da 1.ª fase de candidatura ao ensino superior serão conhecidos a 12 de Setembro. No mesmo dia começa a 2.ª fase do concurso de acesso, à qual podem concorrer os estudantes que fizeram os exames nacionais do secundário na 2.ª fase e cujos resultados foram conhecidos na semana passada. O concurso nacional termina a 24 de Outubro, quando forem conhecidos os resultados da 3.ª fase de candidaturas.