Milhões de bandas, milhões de cartazes

2016
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2016

Se o Milhões de Festa se dedica a mostrar um mundo sem fronteiras, apresentando, ano após ano, uma programação diversa em que é a soma de todas as bandas o que mais importa, a imagem gráfica do festival tinha de mostrar isso mesmo. Teria de dizer que neste festival se vai, espontânea e naturalmente, do metal ao hip-hop, do rock à cumbia, numa amálgama sonora que faz as delícias de qualquer melómano que goste de um bom desafio. E que, por outro lado, que “é uma festa sem grande maquilhagem”, orgulhosa da sua costela barcelense e minhota, em que há taina, piscina e muita vontade de celebrar. Ora, quando em 2010 o atelier de design Bolos Quentes agarrou o desafio de dar uma cara ao Milhões a convite da promotora Lovers & Lollypops, tinham todas estas premissas em mente e um princípio orientador, como conta Sérgio Couto, que actualmente compõe o gabinete com Duarte Amorim: “A atitude base era só uma: mostrar música às pessoas. (...) O festival são as bandas, é a música, e isso seria sempre o centro da identidade”. Portanto, desde então que é a “grande mancha de nomes” assente na tipografia que dita o design, em que “todas as bandas têm espaço”, como se pode ver ao folhear esta galeria com o cartazes de todas as edições. “É o núcleo do festival, o sumo”, sublinha o designer, mas não é o único elemento “transversal” na característica identidade do festival. Depois, há o triângulo, o já mítico triângulo, que os Bolos Quentes elegeram como marca do festival. Uma forma geométrica simples, mas que encerra em ti todo um simbolismo, remetendo para as bandeirolas dos arraiais e para os galhardetes. Podem ter sido eles a cultivar a semente, no entanto foi o público do festival que criou o monstro: “O triângulo acabou por ganhar muito mais força do que aquilo que estávamos inicialmente à espera porque as próprias pessoas adoptaram-no para se manifestar acerca do Milhões.” Todos os anos, o atelier depara-se com o mesmo desafio: reinventar a imagem a partir dos mesmos elementos gráficos, não desvirtuando a identidade gráfica fortíssima que o festival tem. Nesta edição, decidiram regressar à linha de 2010, apostando numa “linguagem mais forte e simples” conjugada com elementos gráficos importados do universo da BD que dão uma “carga emocional” à mensagem. No fim de contas, o design do Milhões só dá um “boost”. “Não queremos que a imagem possa ocultar o real miolo do festival”, enfatiza Sérgio, pois é a música que deve assumir a comunicação, as bandas que nunca ninguém ouviu falar, aquelas que fazem parte da história, as outras que são o futuro. “Se não conheces, tenta ver”, gritam os cartazes. A identidade é, no fim de contas, “um convite”. Para “experimentar, explorar, procurar”. Preparemo-nos, então, que o Milhões está aqui. Até domingo, há muito para ouvir: afinal, não há festa como estaAR

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