PP e Cidadãos aumentam a pressão para que o PSOE se abstenha

A cena política continua dominada pelo bluff. Os socialistas são a chave da investidura de um governo Rajoy para evitar novas eleições.

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Rajoy e Sanchés. O socialista é a chave para um governo do PP Andrea Comas/Reuters

Em Espanha o clima político continua nebuloso. Mariano Rajoy, líder do Partido Popular (PP), quer governar mas não tem a garantia de reunir uma maioria. Pedro Sánchez repete que o PSOE votará contra a sua investidura, afastando a abstenção. O Cidadãos mudou de posição e anunciou esta quarta-feira que os seus deputados se irão abster no segundo voto da investidura. Até agora vetavam o nome de Rajoy. A votação está prevista para a última semana de Julho ou a primeira de Agosto.

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Em Espanha o clima político continua nebuloso. Mariano Rajoy, líder do Partido Popular (PP), quer governar mas não tem a garantia de reunir uma maioria. Pedro Sánchez repete que o PSOE votará contra a sua investidura, afastando a abstenção. O Cidadãos mudou de posição e anunciou esta quarta-feira que os seus deputados se irão abster no segundo voto da investidura. Até agora vetavam o nome de Rajoy. A votação está prevista para a última semana de Julho ou a primeira de Agosto.

Rajoy concluiu na manhã desta quarta-feira, com Sánchez, a primeira ronda de conversações exploratórias. Na terça-feira tinha recebido os líderes dos outros partidos. Depois de conversar com Sánchez, Rajoy aumentou a pressão sobre os socialistas declarando que “se tiver a certeza de que é impossível a minha investidura” há que repensar a saída para o problema. Ou seja, poderá desistir da investidura.

Também Albert Rivera, líder do Cidadãos, coloca a pressão sobre os socialistas cuja abstenção seria a única forma segura de prevenir o risco de terceiras eleições. “Não apoiaremos nem entraremos para o governo, mas temos de escolher entre o mau e o pior”, disse Rivera.

O PSOE incita Rajoy a procurar aliados, dizendo que governar em minoria, com 137 deputados, é uma ilusão. O seu porta-voz, Antonio Hernando, sugeriu que o PP negoceie não só com o Cidadãos mas com o Partido Nacionalista Basco (PNV) e com a Convergência Democrática da Catalunha (CDC). Ora, as relações de Rajoy com a CDC são péssimas e o PNV, a poucos meses das eleições bascas, não se comprometerá com o PP.

Os socialistas têm na mão a chave da crise e, por isso, uma elevada responsabilidade. A opção divide o partido. Segundo as sondagens, a grande maioria dos seus eleitores prefere viabilizar um executivo PP a irem para mais eleições. Alguns temem que isso dê uma maioria absoluta ao PP. Um cenário alternativo, uma “maioria de esquerda”, com o Unidos Podemos e independentistas catalães e outros, não tem credibilidade. Os analistas sublinham que, à custa de repetir a recusa da abstenção, Sánchez está a anular a sua margem de manobra. Nos bastidores, “barões” socialistas estimulados por Felipe González procuram ainda negociar a abstenção.

Especula que, para impedir eleições, o Cidadãos possa fazer um acordo de última hora com o PP, votando a favor do seu governo. Os 32 deputados do Cidadãos não asseguram uma maioria: somados aos do PP, perfazem 169. Faltaria encontrar mais sete deputados.

Também Rajoy poderá ter um derradeiro “bluff na manga”: a ameaça de que, se não for investido em Agosto, não apresentará nova candidatura em Setembro, abrindo caminho a eleições em Novembro.

Repita-se: os partidos estão ainda na fase de negociações exploratórias. O jogo a sério começa dentro de dias quando o Rei Felipe VI convidar Rajoy a tentar formar governo.