A imensa costa portuguesa e a pequenez do homem

Fotogaleria

Foram dez dias e — simbolicamente — quase, quase 943 quilómetros. Foi "uma viagem introspectiva" entre Caminha e Monte Gordo. "Eu e a minha câmara", explicou ao P3 Gilberto Silva, autor da série "Portugal, o país plantado à margem de si próprio", um paralelismo entre o que somos e aquilo que fomos durante os Descobrimentos. "A costa de Portugal é a eterna promessa de um futuro próspero, na qual ainda está para voltar um rei, muitos navios e muitos mais sonhos. Demasiados sonhos para tão pouca coragem. Pouco homem para tamanha riqueza natural". Entre o nevoeiro, as vagas e as falésias gigantes surge o homem, pequeno, aparentemente insignificante. "Fui à procura da coragem e do orgulho em ser português", explica @gilbertomrsilva engenheiro biomédico de 25 anos, natural de Penafiel. "Somos actualmente bastante pessimistas e estas fotografias procuram ser uma motivação para os dias de hoje. Captei um conjunto de desproporções entre a pequenez humana e a natureza grandiosa para que a desproporção invoque a coragem e para que a coragem engrandeça o homem. Para que o homem vença o Adamastor."