Schäuble diz que é preciso fortalecer e não destruir a União Europeia

Para o ministro alemão das Finanças, nenhum país europeu consegue responder sozinho aos grandes desafios do século XXI.

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Ministro alemão das Finanças acredita no projecto europeu AFP/EMMANUEL DUNAND

Sem nunca se referir explicitamente ao referendo do Reino Unido sobre a União Europeia, o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, aproveitou um discurso durante uma cerimónia do instituto económico IfW, de Kiel, para defender o projecto europeu, argumentando que por mais “imperfeito” que seja o funcionamento do bloco de 28 países, ainda é ele que permite a melhor resposta aos desafios do século XXI.

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Sem nunca se referir explicitamente ao referendo do Reino Unido sobre a União Europeia, o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, aproveitou um discurso durante uma cerimónia do instituto económico IfW, de Kiel, para defender o projecto europeu, argumentando que por mais “imperfeito” que seja o funcionamento do bloco de 28 países, ainda é ele que permite a melhor resposta aos desafios do século XXI.

“Nenhum país na Europa está em condições de resolver, sozinho, as questões mais prementes que vão da regulação dos mercados financeiros ao combate ao aquecimento global”, sublinhou Schäuble. “A nossa União [Europeia] não é perfeita, mas o que temos a fazer é preservá-la e fortalecê-la, não destruí-la”, acrescentou.

Mais explícito, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Luxemburgo, Jean Asselborn, apontou para o possível impacto da saída do Reino Unido do clube europeu. Além das consequências políticas, económicas, de segurança e diplomacia, “não podemos excluir o possível efeito de dominó que um eventual ‘Brexit’ poderá ter na Europa de Leste”, alertou o governante, para quem a cedência do primeiro-ministro britânico, David Cameron, à facção eurocéptica do seu próprio partido – que exigiu o referendo à UE –, já provou ter sido um “erro histórico”. Mesmo que o resultado do referendo de 23 de Junho venha a decidir-se pela permanência, “isso não será suficiente para fazer esquecer a atitude negativa dos britânicos para com a União Europeia”, notou Asselborn.

Para o luxemburguês, a opção de Cameron parece ter sido concertada com o conservador Jaroslaw Kaczynski, o líder do Partido do Direito e Justiça (PiS) que está no poder na Polónia. “Os dois parecem ter a mesma agenda no que diz respeito à sua postura crítica da União Europeia”, comparou, assinalando as constantes críticas de Varsóvia à burocracia e regulação europeia. Bruxelas tem feito uma série de advertências à Polónia – o maior beneficiário de fundos estruturais dos Vinte e Oito – por questões de respeito dos direitos democráticos e de liberdade de expressão, bem, como em matérias de energia e ambiente.