Olafur Eliasson já chegou a Versalhes

Olafur Eliasson é o artista em destaque este Verão no Palácio de Versalhes e usa elementos da natureza para reflectir a relação entre o ser humano e o meio ambiente.

A cascata, que descende de uma altura de 40 metros, é a concretização de uma fonte idealizada por Le Nôtre, que nunca chegou a ser construída. Anders Sune Berg
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A cascata, que descende de uma altura de 40 metros, é a concretização de uma fonte idealizada por Le Nôtre, que nunca chegou a ser construída. Anders Sune Berg

O artista escandinavo Olafur Eliasson inaugura esta terça-feira uma série de instalações no Palácio de Versalhes, ao abrigo do programa que, desde 2008, ali acolhe intervenções anuais de artistas contemporâneos. A exposição apela aos sentidos e à reflexão e está patente até 30 de Outubro.

Eliasson trabalha a relação entre o ser humano e o ambiente através de vários elementos, como a água, a luz e o solo, e escolheu três trabalhos para os jardins de Versalhes e cinco para o interior do Palácio. Há uma cascata no Grand Canal do palácio e um véu fino de nevoeiro nos jardins do Bosquet de l’Étoile. A exposição, com curadoria de Alfred Pacquement, pretende fundir a obra com a arquitectura do palácio e os jardins projectados por André Le Nôtre, paisagista do rei Luís XIV.

São vários os trabalhos que jogam com noções de luz e espelhos, numa tentativa de criar ilusões ópticas incandescentes que, segundo o artista, pretendem fazer com que “Versalhes olhe para o público em vez de o público olhar para Versalhes".

Por este programa de arte já passaram nomes como Joana Vasconcelos e Giuseppe Penone. No ano passado, a obra do britânico Anish Kapoor causou polémica, com muita especulação a correr em torno da possibilidade de a peça, descrita como a “vagina da rainha virada para o palácio", constituir uma alusão a Maria Antonieta.

Eliasson afirma que "Versalhes incita as pessoas a exercitar os sentidos e a sentir a paisagem tomar forma sob o seu movimento"
Eliasson afirma que "Versalhes incita as pessoas a exercitar os sentidos e a sentir a paisagem tomar forma sob o seu movimento" Olafur Eliasson
A inserção subtil de obras nos cantos do palácio produz reflexos desorientados do espaço.
A inserção subtil de obras nos cantos do palácio produz reflexos desorientados do espaço. Anders Sune Berg
Um anel de bocais de mangueira produz um halo de névoa que desvia a luz do sol, e desaparece com o vento.
Um anel de bocais de mangueira produz um halo de névoa que desvia a luz do sol, e desaparece com o vento. Anders Sune Berg
Eliasson caracterizou a superfície glacial como "um excelente fertilizante em Versalhes."
Eliasson caracterizou a superfície glacial como "um excelente fertilizante em Versalhes." Anders Sune Berg
O sol é um dos temas principais da exposição, numa alusão ao Rei-Sol, Luís XIV.
O sol é um dos temas principais da exposição, numa alusão ao Rei-Sol, Luís XIV. Anders Sune Berg
<i>Your Sense of Unity</i> é a obra que está no Corredor dos Espelhos e joga com os espelhos e a luz.
Your Sense of Unity é a obra que está no Corredor dos Espelhos e joga com os espelhos e a luz. Anders Sune Berg