Na campanha sem slogan há “O Marcelo é fixe”

Candidato diz que o que tem sentido na rua "confirma os números das sondagens".

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Ao quinto dia de campanha oficial, o candidato teve o seu primeiro banho de multidão, nas Caldas da Rainha, com palmas e até autocolantes com o slogan “Marcelo é fixe”. No distrito de Leiria, o candidato puxou pelo país exemplar, fosse em instituições que trabalham com deficientes ou em pequenas empresas familiares de sucesso. No dia em que foi conhecida uma sondagem que lhe dá a vitória à primeira volta, Marcelo declarou: “Estou confiante”.   

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Ao quinto dia de campanha oficial, o candidato teve o seu primeiro banho de multidão, nas Caldas da Rainha, com palmas e até autocolantes com o slogan “Marcelo é fixe”. No distrito de Leiria, o candidato puxou pelo país exemplar, fosse em instituições que trabalham com deficientes ou em pequenas empresas familiares de sucesso. No dia em que foi conhecida uma sondagem que lhe dá a vitória à primeira volta, Marcelo declarou: “Estou confiante”.   

Junto ao mercado da fruta, nas Caldas da Rainha, eram muitos os anónimos que esperavam o candidato. Entre eles estava Narana Coissoró, antigo dirigente do CDS, que lhe queria dar um “abraço amigo”. A recepção foi calorosa. Rodeado por jornalistas e por pessoas que o queriam ver, Marcelo deu alguns passos no mercado da fruta ao ar livre.

Aproximaram-se alguns jovens que traziam autocolantes com o slogan que já foi de Mário Soares nas presidenciais de 1986 – "Marcelo é fixe". Sem símbolos partidários e aparentemente feitos por inciativa de alguns jovens. O autocolante esteve por breves segundos na lapela de Marcelo. “Quem é que mandou fazer isto?”, perguntou, arrancando o papel. Tarde demais. Algumas reformadas que estavam por perto para o cumprimentar já apregoavam a frase. Marcelo gostou da comparação, mas disse ser impróprio ter a iniciativa de colar o autocolante no casaco.

Depois percorreu a rua pedonal do centro da cidade onde alguns até ficavam desagradados por não conseguir cumprimentá-lo. “Temos de o ver”, insistia uma reformada, tentando ultrapassar as pessoas que estavam à sua frente. Uma outra conformava-se: “Mas já ficamos felizes de ver tanta gente”.

O percurso terminou numa pastelaria onde pediu um bolo – “açúcar puro”. Fez questão de pagar a conta e pediu factura. “Tem que me pôr número de contribuinte, se não o ministro Mário Centeno, herdeiro da ministra Maria Luís, faz-me a vida negra”, gracejou. Despediu-se e ao entrar no carro ouviu uma salva de palmas.

O candidato passou depois numa empresa familiar de sucesso, exportadora para 65 países, na Marinha Grande, e esteve ao final da tarde numa pastelaria em Alcobaça muito premiada pelos seus doces, e que já vendeu bolo-rei para a Rainha de Inglaterra. Durante a tarde, Marcelo foi ver como se pratica vela adaptada e não perdeu a oportunidade de entrar numa das embarcações.

A manhã de campanha começou com com uma visita ao centro de educação especial Rainha D. Leonor, nas Caldas da Rainha, uma instituição que dá formação e emprego a pessoas com deficiência. Na oficina onde os alunos aprendem serralharia deparou-se com um formador, que explicou o seu trabalho ali ao longo de 30 anos. Marcelo escutou-o demoradamente e no final justificou o seu deleite: “O que me impressiona é que faz uma escola para a vida. A segunda coisa é ser um pedagogo quando explica o comportamento dos seus formandos, além de ter uma capacidade de comunicação invulgar”.

Elementos da organização da campanha pediram ao candidato para acelerar a visita para não haver atrasos. Marcelo mostra que gosta do contacto com as pessoas: “Vamos, vamos. Mas isto é tão interessante, que é uma pena entrar e sair sem perceber nada”.

O dia de campanha talvez tenha inspirado o candidato para o discurso da sessão pública do final da tarde, em Leiria. No auditório do Instituto Politécnico, com capacidade para mais de 300 pessoas e que não encheu, Marcelo quis puxar pela auto-estima dos portugueses: “Somos dos melhores do mundo cá dentro e lá fora e não é só no futebol; é na ciência, artes, no trabalho, na vida institucional”.

Voltou a repetir a necessidade dos consensos – já tinha afirmado estar disponível para apoiar a solução do Governo para estabilizar o sistema financeiro – e assumiu-se como um “moderado”. Não só agora como no futuro.

O estilo de campanha é uma amostra do que pode ser o do Presidente, se for eleito. “Preferi substituir manifestações de massas por encontros com mais calor humano, foi como que a prenunciar um estilo de presidência”. Um lugar que, segundo a sondagem Expresso/SIC, pode estar ao alcance já no domingo. Marcelo não deixou de comentar: “Estamos a poucos dias e estou confiante. Não só por causa dos números mas daquilo que tenho sentido no dia-a-dia com os portugueses. O que eu tenho sentido confirmam os números".