Cuidar do corpo

Depois da altitude, do frio, da chuva e da lama, o Dakar chegou finalmente ao deserto e ao imenso calor de Fiambalá. Um calor de tal maneira extremo que obrigou a organização a reduzir a etapa, já que muitos pilotos não mostravam ter condições para prosseguir.

Vou aproveitar, por isso, para falar da alimentação que é um aspecto extremamente importante para uma competição desta natureza e que se desenrola ao longo de 15 dias consecutivos. Estamos muitas horas dentro do carro. Tentamos compensar com barras de cereais e proteicas, gel, etc. Enfim, cada um leva o que gosta. A seguir a cada etapa também temos de comer e repor líquidos e só depois então fazer a ligação. A prioridade é estar sempre bem hidratados e bem alimentados.

O local onde as refeições são feitas é muito variável. Depende do horário: às vezes saímos às duas ou três da manhã e não tenho muita fome, não como muita coisa, mas sei que vou ter oportunidade de comer mais à frente. Sei que tenho de comer antes da especial e já houve situações em que tomei um pequeno-almoço reforçado. Já cheguei a comer massa ao pequeno-almoço, mas também já houve situações em que comi ovos, fruta, etc. O que se come é muito variável.

Esta é uma prova extremamente desgastante e de um esforço físico tremendo. Os pilotos das motos sofrem regra geral bastante mais. Contudo a única coisa que os pilotos de automóveis sentem e que as das motas não sentem tanto, é o calor. Os carros ficam autênticos fornos. Para além do esforço físico, os pilotos de moto também estão bem mais expostos ao perigo, mas para nós a temperatura que se faz sentir dentro dos carros é um factor de difícil gestão.

Para além da alimentação também a osteopatia é muito importante. O todo-o-terreno é muito exigente e fisicamente massacrante e mais que cansaço muscular é preciso que o esqueleto esteja todo alinhado. Piloto, campeão nacional de todo-o-terreno.

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