A lágrima e a emenda à lei das armas

Obama apresentou as medidas de iniciativa presidencial para controlar o uso das armas

O Presidente norte-americano apareceu nesta terça-feira na Casa Branca rodeado por pessoas que tiveram, na sua família, algum elemento vítima de violência com armas. E foi apresentado na conferência de imprensa por Mark Barden, cujo filho Daniel foi morto em 2012, no massacre na escola primária de Sandy Hook. Quando disse esta frase — “sempre que penso nessas crianças [como o Daniel], fico chateado” —, Barack Obama não conseguiu conter a emoção e derramou uma lágrima de frustração, de impotência, de raiva, de quem há muito luta sem grande sucesso contra um dos mais fortes grupos de pressão americanos, o lobby das armas.

Obama sabe que tem contra si não só o poder da National Rifle Association e a resistência dos republicanos como também uma lei de 1791, que resulta da Segunda Emenda à Constituição e que protege o direito de os americanos terem armas de fogo, com pouco ou nenhum controlo.

É esse controlo, que o Congresso, de maioria republicana, sempre recusou, que Obama tenta agora contornar com acções executivas, tendo aprovado uma série de medidas de restrição à venda e porte de armas nos Estados Unidos. “Acredito que poderemos encontrar caminhos para poder reduzir a violência provocada pelas armas que sejam consistentes com a Segunda Emenda.”

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O Presidente norte-americano apareceu nesta terça-feira na Casa Branca rodeado por pessoas que tiveram, na sua família, algum elemento vítima de violência com armas. E foi apresentado na conferência de imprensa por Mark Barden, cujo filho Daniel foi morto em 2012, no massacre na escola primária de Sandy Hook. Quando disse esta frase — “sempre que penso nessas crianças [como o Daniel], fico chateado” —, Barack Obama não conseguiu conter a emoção e derramou uma lágrima de frustração, de impotência, de raiva, de quem há muito luta sem grande sucesso contra um dos mais fortes grupos de pressão americanos, o lobby das armas.

Obama sabe que tem contra si não só o poder da National Rifle Association e a resistência dos republicanos como também uma lei de 1791, que resulta da Segunda Emenda à Constituição e que protege o direito de os americanos terem armas de fogo, com pouco ou nenhum controlo.

É esse controlo, que o Congresso, de maioria republicana, sempre recusou, que Obama tenta agora contornar com acções executivas, tendo aprovado uma série de medidas de restrição à venda e porte de armas nos Estados Unidos. “Acredito que poderemos encontrar caminhos para poder reduzir a violência provocada pelas armas que sejam consistentes com a Segunda Emenda.”

Um caminho que os republicanos prometem tornar o mais ínvio possível, e nesta terça-feira Paul Ryan já veio lembrar que uma acção executiva poderá ser revertida pelo próximo Presidente, acusando Obama de, “em vez de manter o foco nos terroristas e criminosos”, perseguir “os cidadãos cumpridores da lei”. Uma lei que pessoas como Mark Barden não percebem e um argumento que Obama já rebateu, e bem: o número de americanos que morreram por causa de terrorismo depois do 11 de Setembro é inferior a cem. E são dezenas de milhares os que todos os anos morrem por causa da violência com armas de fogo. Um deles é Daniel.