David Cameron insiste em travar acesso de trabalhadores europeus ao Reino Unido

Governo britânico desmente notícias que apontam recuo significativo nas propostas para a renegociação do estatuto do país na União Europeia.

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Primeiro-ministro britânico está a sentir dificuldades em convencer os parceiros europeus Matthew Lloyd/AFP

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, não se sente desmoralizado pelo desinteresse manifestado pelos parceiros europeus pela suas ideias para travar a imigração de cidadãos da UE para o seu país, e não vai desistir de apresentar as suas controversas propostas no âmbito da renegociação do estatuto do Reino Unido na União Europeia, ao contrário do que sugeria a imprensa nacional este domingo.

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O primeiro-ministro britânico, David Cameron, não se sente desmoralizado pelo desinteresse manifestado pelos parceiros europeus pela suas ideias para travar a imigração de cidadãos da UE para o seu país, e não vai desistir de apresentar as suas controversas propostas no âmbito da renegociação do estatuto do Reino Unido na União Europeia, ao contrário do que sugeria a imprensa nacional este domingo.

Downing Street desmentiu categoricamente as notícias avançadas pelos jornais Sunday Times, The Telegraph e The Independent, segundo os quais o primeiro-ministro estaria disposto a recuar na exigência de que os cidadãos europeus que fossem trabalhar para o Reino Unido cumprissem um período de carência de quatro anos antes de poderem ter acesso a benefícios sociais. “Essa informação não é verdadeira”, refutou um porta-voz do executivo.

Segundo os jornais, o líder conservador estaria disposto a “rever” – ou até a deixar cair completamente – a controversa proposta, que foi já repudiada por vários dos seus homólogos da Europa Central e de Leste, em troca de concessões por parte de Bruxelas no que diz respeito ao acesso de trabalhadores europeus ao Reino Unido. Vários líderes europeus fizeram saber que não negociarão qualquer alteração que ponha em causa princípios gerais como o da livre circulação de trabalhadores dentro do espaço europeu ou que implique mexer nos tratados.

De acordo com um assessor governamental, David Cameron não abandonou a proposta de congelamento da distribuição dos apoios sociais, mas estará aberto a avaliar outras fórmulas para controlar o fluxo migratório para o território britânico e desincentivar a chegada de cidadãos provenientes do espaço comunitário.

Aliás, o gabinete do primeiro-ministro informou que Cameron pretende aproveitar o jantar de trabalho do próximo Conselho Europeu, na quinta-feira em Bruxelas, para argumentar que a revisão das regras relativas ao “acolhimento” de imigrantes é uma das principais exigências dos eleitores britânicos que vão decidir em referendo, a realizar antes do final de 2017, a permanência ou o abandono do país da União Europeia, o chamado Brexit.

Sob pressão da ala eurocéptica do seu partido, e também do partido antieuropeísta UKIP, o primeiro-ministro precisa de convencer o eleitorado britânico de que está em condições de obter um tratamento diferenciado para o seu país em Bruxelas, para justificar a sua campanha pela manutenção do Reino Unido no clube europeu.