A morte, a escuridão e a decadência na fotografia de Marzocchi

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A série "Vampyres" do fotógrafo italiano Marco Marzocchi é uma expressão do seu verdadeiro eu e representa aquilo que o define enquanto ser humano. "Expresso-me através da fotografia e consigo fazê-lo de forma verdadeira e transparente", revelou ao P3 em entrevista via email. Os seus pais serviram de inspiração na captura destas imagens. "Era muito novo quando se separaram e, devido ao seu comportamento auto-destrutivo, morreram jovens. Não tive a hipótese de conhecê-los como devia e isso é algo que me assombra. É uma busca incessante." Marco confessa sentir-se atraído pelo que é estranho, por pessoas peculiares, "pelas as suas fraquezas" e pela sua situação de exclusão. "Estas pessoas, por serem quem são verdadeiramente, são rotuladas de 'diferentes'. O vampiro [, remetendo para o título da série,] é uma personagem romântica e decadente, cruel e aterradora ao mesmo tempo. Acho que o termo 'vampiro' lhes assenta muito bem. Admiro-os pela sua beleza original, invejo a sua coragem de ser quem realmente são, tão livremente. Este trabalho é, no fundo, uma pesquisa, trata-se de uma tentativa de ultrapassar o julgamento social e de contactar com o lado sensível que estas pessoas tentam proteger." Marzocchi fotografa instintivamente e fá-lo porque "o mundo pode ser um lugar feio" e porque a câmara o ajuda a ver algo surpreendente todos os dias enquanto procura algo que possa definir como belo. O fotolivro "Vampyres" está em processo de edição e o seu lançamento está previsto para o início de 2016. "Irá reunir imagens de diferentes anos e coisas que nunca partilhei anteriormente, imagens muito pessoais", adiantou ao P3. Marzocchi pertence ao colectivo de fotógrafos Micro Collective Photographers e o seu trabalho já conheceu publicação nas portuguesas Archivo (edição número 7), Arte-factos e na internacional Fotovisura. Ana Marques Maia