Itália promete "batalha" pelo direito de asilo europeu

Alemanha, Reino Unido e França querem reunião nas próximas duas semanas e propõem postos de triagem na Grécia e em Itália.

Foto
Nos primeiros sete meses do ano, chegaram 340.000 pessoas às fronteiras europeias ARIS MESSINIS/AFP

Numa altura em que a Hungria concluiu o seu muro ao longo da fronteira com a Sérvia, vários líderes europeus reforçaram este domingo os apelos à concessão de mais vistos de entrada a pessoas que pedem asilo. Entre estes líderes estão os primeiros-ministros francês e italiano, Manuel Valls e Matteo Renzi.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Numa altura em que a Hungria concluiu o seu muro ao longo da fronteira com a Sérvia, vários líderes europeus reforçaram este domingo os apelos à concessão de mais vistos de entrada a pessoas que pedem asilo. Entre estes líderes estão os primeiros-ministros francês e italiano, Manuel Valls e Matteo Renzi.

De Roma chegou a promessa de que o Governo italiano fará da obtenção de um direito de asilo europeu "a batalha das próximas semanas", afirmou Renzi. "A Europa tem de deixar de ficar impassível e deve começar a mexer-se. Temos de definir, finalmente, uma política de migração europeia, com um direito de asilo europeu", disse o primeiro-ministro italiano em entrevista ao jornal Corriere della Sera.


O seu homólogo francês, Manuel Valls, salientou que as pessoas que "fogem da guerra, de perseguições, da tortura, da opressão, devem ser bem acolhidas" – de acordo com a Convenção dos Refugiados de 1951, estas pessoas já têm direito a serem bem acolhidas, e a não serem reencaminhadas para países onde as suas vidas e liberdade são ameaçadas.

O ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Laurent Fabius, mostrou-se "escandalizado" com a atitude de países "do Leste da Europa", que "não aceitam as quotas [de divisão de refugiados]".

Por tudo isto, os governos da Alemanha, do Reino Unido e de França querem "dar passos concretos", numa reunião a nível ministerial nas próximas duas semanas. Num comunicado conjunto, os três países disseram que é "urgente criar, o mais tardar até ao fim do ano", centros de triagem na Grécia e em Itália, para distinguir "os refugiados dos migrantes económicos e clandestinos".

Nos primeiros sete meses do ano, o número de migrantes nas fronteiras da União Europeia chegou aos 340.000, contra 123.500 no mesmo período do ano passado, segundo dados da agência Frontex, responsável pelas fronteiras externas do Espaço Schengen.