PCP diz que Governo “empola receitas fiscais” para anunciar devolução de sobretaxa

O líder do PCP criticou a comunicação ao país feita pelo Presidente da República

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Jerónimo participou neste sábado num encontro da CDU em Lisboa Enric Vives-Rubio

"Essa história da redução é um pouco como aquela história de roubar um porco e devolver um chouriço e mesmo o chouriço vamos lá a ver, porque só prometem para 2016", afirmou o líder do PCP, Jerónimo de Sousa, numa intervenção no encontro regional de reformados, que decorreu na Amora, no concelho do Seixal.

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"Essa história da redução é um pouco como aquela história de roubar um porco e devolver um chouriço e mesmo o chouriço vamos lá a ver, porque só prometem para 2016", afirmou o líder do PCP, Jerónimo de Sousa, numa intervenção no encontro regional de reformados, que decorreu na Amora, no concelho do Seixal.

Referindo-se ao anúncio feito pelo Governo na sexta-feira, com base nos dados da execução orçamental do primeiro semestre, de que será possível devolver 20% da sobretaxa de IRS aos portugueses em 2016, Jerónimo de Sousa contrapôs "a política de verdade da CDU" à "política de mentira que PSD e CDS ontem [sexta-feira] despejaram sobre país sobre uma pertença devolução de parte da taxa extraordinária do IRS" no próximo ano.

"Sabem que empolaram as receitas fiscais, atrasando os reembolsos do IVA para fazer este número de propaganda", acusou. Mas, acrescentou, a "propaganda" ainda vai mais longe, quando querem colocar os portugueses utilizar um "simulador de cálculo dessa falsa devolução numa ofensiva à sua inteligência".

Jerónimo de Sousa aconselhou os portugueses a recordarem o que foi dito por estes três partidos na campanha eleitoral para as legislativas de 2011, sublinhando que as promessas que PSD e CDS possam agora anunciar até 4 de Outubro, "valem o mesmo que valeram na campanha eleitoral anterior, ou seja, valem zero".

O secretário-geral do PCP deixou para o final do seu discurso as críticas ao Presidente da República, com o nome de Cavaco Silva a merecer uma forte assobiadela por parte da assistência. "O Presidente da República ditou a sentença que das eleições deveria resultar uma maioria absoluta, seja ela do PS, seja do PSD-CDS-PP ou que esses partidos se deveriam coligar entre si", sustentou.

Acusando Cavaco Silva de querer "aprisionar o voto dos portugueses ao PS, PSD e CDS", "os partidos que conduziram o país ao estado em que está", Jerónimo de Sousa considerou que a melhor resposta que o país lhe pode dar é dizer que "ninguém é dono do seu voto, ninguém manda no seu voto, o seu voto é livre para votar em que partido entender".