Acordo Ortográfico: “Talvez tenhamos errado”, diz o ministro da Cultura do Brasil

Em 2016 o Brasil quer realizar um encontro sobre a língua portuguesa com os criadores, e não os legisladores, como protagonistas.

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Para o juiz o acordo "não entrou em vigor na ordem jurídica" Enric Vives-Rubio

“O fortalecimento da língua portuguesa tem nos criadores o epicentro”, afirmou, acrescentando que quem normaliza tem de vir depois, para construir “as possibilidades de uma ortografia comum, de um sistema comum que permita que a língua portuguesa se fortaleça”, mas – sublinhou – “são os criadores que permitem uma base comum da nossa língua”.

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“O fortalecimento da língua portuguesa tem nos criadores o epicentro”, afirmou, acrescentando que quem normaliza tem de vir depois, para construir “as possibilidades de uma ortografia comum, de um sistema comum que permita que a língua portuguesa se fortaleça”, mas – sublinhou – “são os criadores que permitem uma base comum da nossa língua”.

O modo como o actual acordo ortográfico foi pensado e aplicado nos países lusófonos mereceu mais críticas, embora cautelosas, por parte do governante brasileiro: “Acredito que apesar das diferenças, o português que é falado nos países africanos, em Portugal e no Brasil é a mesma língua. Pensámos mais na normatização como epicentro desse processo de cooperação e de fortalecimento da língua e talvez tenha havido um descuido em relação à construção desse ambiente de cooperação na área da criação.”

Sobre o modo como autores brasileiros são lidos em Portugal e os portugueses no Brasil – com dificuldades mútuas de divulgação – Juca Ferreira anunciou medidas de cooperação entre o seu ministério e a Secretaria de Estado da Cultura de Portugal. Uma das ideias é a cooperação entre algumas bibliotecas portuguesas no sentido de trazer um pouco mais da literatura brasileira, para que esteja presente e disponível aos leitores portugueses.