Trabalhadores da TAP manifestaram-se em Lisboa e querem inverter processo

Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos ainda acredita na reversão do negócio.

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Os cinco argelinos chegaram num voo da TAP vindo de Argel e deviam seguir para Cabo Verde Raquel Esperança (arquivo)

Apesar de o contrato de compra e venda da TAP ter sido assinado esta manhã no Ministério da Finanças, em Lisboa, os trabalhadores que se concentraram na Praça Luís de Camões foram unânimes em considerar que o processo não está encerrado e ainda pode ser travado.

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Apesar de o contrato de compra e venda da TAP ter sido assinado esta manhã no Ministério da Finanças, em Lisboa, os trabalhadores que se concentraram na Praça Luís de Camões foram unânimes em considerar que o processo não está encerrado e ainda pode ser travado.

"A nossa presença hoje aqui é para reafirmar que o processo não termina aqui. Está a passar-se a imagem para fora de que hoje foi assinada de forma definitiva a venda da TAP, mas ainda há um longo caminho a percorrer e continuamos com esperança de que o processo posse ser revertido", disse à agência Lusa Paulo Duarte, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (Sitava).

O sindicalista considerou o processo de privatização "pouco transparente" e sem sentido e que ainda pode ser invertido antes da escritura de venda da TAP. "Hoje foi dado apenas mais um passo, mas ainda há situações judiciais por resolver, os reguladores têm de se pronunciar e o PS diz que se isto lhe chegar às mãos vai reverter o negócio", afirmou.

Paulo Duarte defendeu que as medidas que têm sido divulgadas como integrantes do plano estratégico para a TAP podiam ter sido tomadas pela administração da empresa pública porque os recursos que vão ser usados pelo consórcio privado estão no interior da empresa.

Segundo o sindicalista, depois da iniciativa de hoje a direcção do Sitava irá reunir-se para discutir os próximos passos, que deverá depois discutir com os restantes sindicatos que representam os trabalhadores da TAP.

O coordenador da Federação dos Sindicatos dos transportes e Comunicações (FECTRANS) da CGTP, José Manuel Oliveira, defendeu perante os manifestantes a necessidade de continuar a lutar contra a privatização "deste importante património português".

Lembrou os processos em curso para a concessão da Carris e do Metro e salientou a realização de um dia de luta dos trabalhadores do sector dos transportes na primeira quinzena de Julho.
"É importante que nesse dia os trabalhadores da TAP marquem presença e se juntem na luta com os trabalhadores da Carris, Metro e CP, nomeadamente", defendeu o sindicalista.