Um movimento duplo no Museu Rainha Sofia

Ciclo associa cinema, dança e artes plásticas no Museu Rainha Sofia, em Madrid. Até 2 de Julho.

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Martha Graham (Jocasta), Bertram Ross (Édipo) e Robert Cohan (Tirésias) em Night Journey, de 1947 Cortesia: Martha Graham Collection, Music Division, Library of Congress

Deste ciclo comissariado por Gabriel Villota, artista, escritor e professor de Comunicação Audiovisual na Universidade do País Basco, fazem parte filmes históricos de pioneiros como Maya Deren, a norte-americana nascida na Ucrânia que fez carreira como realizadora, bailarina, fotógrafa e teórica do cinema nos anos 1940 e 50 (A Study in Choreography for the Camera, de 1945), e Martha Graham, a coreógrafa e bailarina que ficará para sempre ligada à dança moderna (Night Journey, de 1947).

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Deste ciclo comissariado por Gabriel Villota, artista, escritor e professor de Comunicação Audiovisual na Universidade do País Basco, fazem parte filmes históricos de pioneiros como Maya Deren, a norte-americana nascida na Ucrânia que fez carreira como realizadora, bailarina, fotógrafa e teórica do cinema nos anos 1940 e 50 (A Study in Choreography for the Camera, de 1945), e Martha Graham, a coreógrafa e bailarina que ficará para sempre ligada à dança moderna (Night Journey, de 1947).

Mas há também filmes que imortalizam coreografias de Pina Bausch e Maurice Béjart (duas versões de A Sagração da Primavera, tão incontornáveis quanto diferentes), de Merce Cunningham (Blue Studio: Five Segments, entre outras) e Anna Halprin (Hangar, 1957), e de trios revolucionários da nova dança americana, à época cada vez mais minimal e próxima dos gestos do quotidiano, como Trisha Brown (Watermotor, 1978), Yvonne Rainer (Tio A – The Mind is a Muscle, Part I, 1966-1978) e o sempre inquietante Steve Paxton (Fall after Newton, 1983). Mas há também artistas vindos das artes plásticas que se habituaram ao universo da dança e da performance, nalguns casos por causa do trabalho com coreógrafos já citados, como Robert Rauschenberg e Robert Morris, e até uma revisitação do célebre Ballet Triádico (1922), do alemão da Bauhaus Oskar Schlemmer.

Diz Gabriel Villota, na apresentação do ciclo, que a ideia é mostrar como esta relação entre a dança/performance e o filme criou uma “terceira” criação – que já não é só cinema nem é só movimento (como se isso, fosse já de si, pouco).