PSD e CDS recuam no pedido de auditoria às propostas do PS

Iniciativa dos sociais-democratas não era pacífica internamente.

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Marco António Costa Nuno Ferreira Santos

Logo no próprio requerimento enviado à comissão de Orçamento e Finanças, os deputados do PSD e do CDS avisavam que não o sujeitariam à votação se o PS votasse contra. Essa posição de discordância dos socialistas já tinha sido deixada clara na reunião da comissão na passada semana e foi reiterada esta quarta-feira de manhã.

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Logo no próprio requerimento enviado à comissão de Orçamento e Finanças, os deputados do PSD e do CDS avisavam que não o sujeitariam à votação se o PS votasse contra. Essa posição de discordância dos socialistas já tinha sido deixada clara na reunião da comissão na passada semana e foi reiterada esta quarta-feira de manhã.

Fica assim esgotada a iniciativa anunciada pelo coordenador da comissão permanente do PSD, Marco António Costa, de auditar o cenário macro-económico "Uma década para Portugal", encomendado pelo PS a um grupo de economistas liderado por Mário Centeno, e que não gerou um consenso interno entre os sociais-democratas.

O CDS acabou por alinhar na iniciativa do porta-voz do PSD e agora também na retirada do requerimento. Na iniciativa de Marco António Costa, apresentada a 27 de Abril, numa carta dirigida ao líder do PS, o PSD também colocou 29 perguntas sobre o documento "Uma década para Portugal", e que já foram entretanto respondidas pelos socialistas.  

 Na reunião desta quarta-feira de manhã, o deputado social-democrata Duarte Pacheco justificou a retirada do requerimento em caso de oposição do PS por considerar que a UTAO, uma entidade independente que funciona junto do Parlamento, “não disporia dos documentos fundamentais para a apreciação”. <_u13a_p>

O deputado socialista Vieira da Silva reiterou a oposição do partido à apreciação do cenário macro-económico da UTAO, por considerar que essa análise não se insere nas competências da entidade e que a iniciativa viola as regras de igualdade perante os demais partidos, já que só visa o PS. <_u13a_p>

O PCP também anunciou o seu voto contra, considerando que as propostas do PS ou de qualquer outro partido devem ser debatidas no campo político, “ao contrário do que a maioria tenta fazer, que é descentrar essa discussão, usando uma unidade técnica independente”.<_u13a_p>

Foi então que a deputada do CDS, Cecília Meireles, anunciou a retirada do requerimento, levando o bloquista Pedro Filipe Soares a usar a ironia na sua intervenção. “Quando chegou a minha vez de intervir, já não há requerimento. Intervirei sobre o requerimento póstumo. A única forma de abordar este tema é com ironia”, afirmou o líder parlamentar do BE, alegando que falta “legitimidade política” ao PSD e ao CDS, depois de na campanha de 2011 terem recusado cortar salários e aumentar impostos, medidas que acabaram por tomar no Governo.

"Impreparação dos socialistas"
À tarde, o cenário macro-económico do PS voltou a estar no centro do debate no período das declarações políticas. Na sequência de uma intervenção de Vieira da Silva, vice-presidente da bancada parlamentar do PS sobre a retracção da população activa, a maioria PSD/CDS visou o relatório.

Cecília Meireles, do CDS, começou por perguntar como é que o PS paga as pensões depois de propor a redução da Taxa Social Única. “Cada semana que passa, cada promessa do PS. Agora o PS fala nas 35 horas na função pública e no coeficiente familiar”, apontou Cecília Meireles. Na resposta, Vieira da Silva contra-atacou: "A senhora deputada do CDS anda desatenta, porque essas medidas estão no documento. Assim é difícil discutir com alguma profundidade”. Pela bancada do PSD, Nilza de Sena considerou que o cenário macro-económico “é a prova da impreparação dos socialistas.”<_u13a_p>

Pela parte do PCP, Rita Rato frisou que o PS esteve contra a universalização do abono de família e continua a defender a condição de recursos para acesso a prestações sociais. O líder parlamentar do Bloco de Esquerda, Pedro Filipe Soares, que contestou medidas do cenário macroeconómico como “a flexibilização da lei laboral” e a redução da TSU dos empregadores em quatro pontos percentuais. com Lusa