No Reino Unido, o Institute for Fiscal Studies aquece o debate

Centro de investigação analisa as propostas dos partidos.

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O Reino Unido vai a votos a 7 de Maio OLI SCARFF/AFP

No Reino Unido, onde as legislativas estão à porta (7 de Maio) e a campanha segue ao rubro perante a probabilidade (segundo as sondagens) de não haver uma maioria absoluta, os programas eleitorais dos partidos foram passados a pente fino pelo principal instituto de investigação em macroeconomia do país, o Institute for Fiscal Studies.

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No Reino Unido, onde as legislativas estão à porta (7 de Maio) e a campanha segue ao rubro perante a probabilidade (segundo as sondagens) de não haver uma maioria absoluta, os programas eleitorais dos partidos foram passados a pente fino pelo principal instituto de investigação em macroeconomia do país, o Institute for Fiscal Studies.

A natureza deste organismo independente, nascido há 46 anos, não é comparável com as atribuições quer da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), a funcionar na Assembleia da República apenas desde 2006, quer do próprio Conselho das Finanças Públicas (CFP), criado em 2011.

O instituto britânico centra-se nas questões orçamentais e aproxima-se mais do trabalho de um observatório de políticas públicas. Está dividido em vários centros de investigação: um dedicado à análise microeconómica das políticas públicas; outro ao envelhecimento; outro à avaliação das políticas de desenvolvimento; outro às questões fiscais.

Em Setembro do ano passado, quando faltavam oito meses par as legislativas britânica, o Institute for Fiscal Studies lançava a primeira análise às metas orçamentais dos principais partidos, comparando-as entre si e com a estratégia orçamental do Governo de David Cameron (conservadores). Desde então tem vindo a publicar no seu site análises temáticas às propostas dos partidos. A mais recente, publicada nesta terça-feira, fazia uma comparação entre o plano dos trabalhistas e o dos conservadores para os impostos e as prestações sociais, aferindo o seu impacto nas contas públicas e a exequibilidade das medidas.

O objectivo das análises que vai divulgando em plena campanha eleitoral é tentar medir o impacto das propostas nas finanças públicas, antecipar o efeito nos agregados familiares e no tecido empresarial.

Portugal tem um think tank recente que, desde 2013, tem debatido temas que vão das políticas públicas às estratégias orçamentais, passando pela reforma do regime político – o Instituto de Políticas Públicas Thomas Jefferson – Correia da Serra. O grupo de reflexão, a funcionar em Lisboa no Instituto Superior de Economia e Gestão, é presidido por Paulo Trigo Pereira, economista que participou na elaboração do cenário macroeconómico do PS, e tem no conselho executivo investigadores como Carlos Farinha Rodrigues, Ricardo Cabral, Marina Costa Lobo ou Ana Rita Ferreira.