Passos promete "combater práticas restritivas na área económica”

Primeiro-ministro diz contar com a OCDE “para alargar e intensificar o ímpeto das reformas".

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Passos Coelho com Angel Gurría, da OCDE, ontem em Paris ERIC PIERMONT/AFP

Na sessão de sessão de apresentação do relatório da OCDE "Uma estratégia de competências para Portugal", no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, Passos Coelho defendeu as virtudes da "dimensão vocacional do ensino" e considerou que esta matéria deve ser abordada sem "politizações excessivas ou reservas ideológicas".

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Na sessão de sessão de apresentação do relatório da OCDE "Uma estratégia de competências para Portugal", no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, Passos Coelho defendeu as virtudes da "dimensão vocacional do ensino" e considerou que esta matéria deve ser abordada sem "politizações excessivas ou reservas ideológicas".

No final da sua intervenção, o chefe do executivo PSD/CDS-PP afirmou que o Governo quer "continuar a contar com a colaboração da OCDE, bem como de outras instituições internacionais, para alargar e intensificar o ímpeto das reformas", e destacou o objectivo de "combater práticas restritivas na área económica", que não especificou.

A este propósito, voltou a afirmar-se convicto de que Portugal pode vir a ter "uma das economias mais competitivas do mundo" e de que "não há nada que impeça" isso.

Manifestando "grande consonância" com os pontos de vista da OCDE, Passos Coelho considerou que Portugal "é ainda, e infelizmente, um país com um atraso estrutural em matéria de educação e na formação de competências", mas que registou "alguns progressos" na escolaridade média, na taxa de abandono escolar e nas pontuações em testes internacionais.

Depois, assinalou a "expansão da escolaridade obrigatória até ao 12.º ano", as "avaliações regulares em todos os níveis" de ensino, reclamou um "aumento da exigência e com a introdução prática de metas curriculares" e elogiou o trabalho desenvolvido "na área do ensino vocacional" e o investimento "em medidas de preparação dos estudantes para o mercado de trabalho e num percurso profissionalizante do aluno" pelo Governo PSD/CDS-PP.

"Trata-se de uma matéria tão estrutural que deve ser protegida das precipitações e preconceitos de natureza ideológica. Refiro-me à dimensão vocacional do ensino que teve nos últimos anos um impulso muito importante", prosseguiu o primeiro-ministro.

Segundo Passos Coelho, "é referido pela OCDE, e sempre foram esses os objectivos do Governo, que esta dimensão do ensino propicia mais igualdade de oportunidades, mais aquisição de competências procuradas pelo mercado de trabalho - e portanto acelera a transição para a vida profissional - e mais motivação escolar".

"Intensifica o envolvimento das empresas e da sociedade civil com a escola e promete à economia mais crescimento, mais tecnologia e mais investimento no futuro", alegou, concluindo: "Tal como a OCDE recomenda, queremos levar bastante mais longe este investimento. Retroceder neste domínio seria não apenas pouco ambicioso ou hesitante, seria comprometer o futuro dos portugueses".