Canal+ decidiu não emitir entrevista a Houellebecq "face ao desenvolvimento da situação" em França

A decisão surge na sequência de um comunicado do Conselho Superior do Audiovisual francês, que pedia aos media que agissem com "o maior discernimento".

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O escritor anunciou sexta-feira a saída de Paris para local incerto na província francesa DR

A decisão surgiu na sequência de um comunicado do Conselho Superior do Audiovisual francês enviado aos media, no qual se apelava às televisões e rádios para que agissem "com o maior discernimento, com o duplo objectivo de assegurar a segurança das suas equipas e de permitir às forças da ordem cumprir a sua missão com toda a eficácia necessária". Meia hora depois do comunicado, o Canal+ anunciou a decisão de cancelar a emissão da entrevista ao escritor, "não pelo conteúdo" da mesma, "mas face ao desenvolvimento da situação na sexta-feira".

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A decisão surgiu na sequência de um comunicado do Conselho Superior do Audiovisual francês enviado aos media, no qual se apelava às televisões e rádios para que agissem "com o maior discernimento, com o duplo objectivo de assegurar a segurança das suas equipas e de permitir às forças da ordem cumprir a sua missão com toda a eficácia necessária". Meia hora depois do comunicado, o Canal+ anunciou a decisão de cancelar a emissão da entrevista ao escritor, "não pelo conteúdo" da mesma, "mas face ao desenvolvimento da situação na sexta-feira".

A "crise dos reféns" terminou com a morte dos dois presumíveis autores do ataque terrorista ao Charlie Hebdo, que se encontravam refugiados numa empresa gráfica em Dammartin-en-Gôele, nos arredores de Paris. Um terceiro elemento, barricado numa mercearia kosher na zona oriental de Paris, acabou também por ser morto pela unidade antiterrorista da polícia - a operação resultou igualmente na morto de quatro pessoas mantidas reféns.

O editor de Michel Houellebecq, François Samuelson, anunciou o cancelamento da promoção de Soumission (que será publicado em Portugal no primeiro semestre do ano, pela Alfaguara, com o título Submissão), enquanto as operações decorriam. Afirmou à AFP que a decisão decorreu do estado de espírito do escritor, "profundamente abalado pela morte do seu amigo [o economista] Bernard Maris", liquidado no ataque ao Charlie Hebdo.