Acelera contagem decrescente para a extinção do rinoceronte branco do Norte

Com morte de Suni, no Quénia, cai para seis o número de exemplares da subespécie de rinoceronte branco em todo mundo.

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Suni tinha 34 anos Ol Pejeta Conservancy

No mundo existiam até esta semana apenas sete rinocerontes brancos do Norte, todos a viver em cativeiro. Suni, de 34 anos, um exemplar da subespécie, morreu na última sexta-feira, de causa ainda por apurar. O instituto de conservação que cuidava de Suni lamenta a morte do animal e sublinha que o risco de extinção é esmagador.

Suni era um dos quatro rinocerontes brancos do norte ao cuidado da Ol Pejeta Conservancy, uma organização sem lucros dedicada à conservação de espécies no Quénia. Nascido no jardim zoológico Dvur Kralove, na República Checa, naquele que foi o primeiro nascimento de um exemplar da espécie em cativeiro, tinha sido transferido há cinco anos com outro macho e duas fêmeas para a Ol Pejeta.

Na última sexta-feira, uma equipa encontrou Suni morto na área que ocupava no espaço da organização. A Ol Pejeta sublinha que o rinoceronte não foi vítima de caçadores de chifres e que se está ainda a apurar as causas da morte. A caça de rinocerontes pelos seus chifres foi a principal causa de morte da subespécie e o que levou a que os poucos exemplares existentes fossem colocados em cativeiro.

A organização recorda que Suni morreu com a mesma idade que o pai, Saút, tinha quando foi encontrado morto no mesmo jardim zoológico checo. Na altura, a morte de Saút foi atribuída a causas naturais.

“Agora há apenas seis rinocerontes brancos do Norte no mundo. Suni foi um dos dois últimos machos reprodutores do mundo e nenhum rinoceronte branco do norte conseguiu sobreviver no meio selvagem. Consequentemente, a subespécie está agora em vias de completa extinção, um lamentável testamento criado pela ganância da raça humana”, escreve a Ol Pejeta no comunicado em que anunciou a morte do animal.

Agora, a Ol Pejeta fica com três exemplares, o jardim zoológico Dvur Kralove com uma fémea e um casal idoso em San Diego, nos Estados Unidos. O zoo checo é o único lugar no mundo onde foi conseguida a reprodução e de onde saíram os rinocerontes que estão em cativeiro.

Com apenas um macho e duas fêmeas com possibilidade de reprodução na Ol Pejeta, torna-se ainda mais improvável o nascimento de uma cria. Por exemplo, quando em 2012 Suni foi colocado junto a uma fémea, naquela que era a primeira experiência de acasalamento desta em dez anos, nada aconteceu. Um mês depois foi feita uma nova tentativa mas, mais uma vez, não houve uma gravidez.

A Ol Pejeta afirma que irá manter a firmeza para que um dia os esforços que tem desenvolvido no Quénia resultem num “nascimento bem-sucedido de uma cria de rinoceronte branco do Norte”.

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