30 escritores em viagem pela Serra da Gardunha

Fundão lança a primeira edição de um novo festival literário em torno da literatura de viagem.

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O festival é também uma maneira de chamar a atenção para o território da Gardunha Nelson Garrido

Naquele que é o 1º Festival Literário da Gardunha, sob o mote A Viagem Começa Aqui, vai falar-se de viagens com mapa, viagens imóveis, com ficção ou com história, poéticas ou não, entre o Oriente e o Ocidente, ou com bilhete apenas de ida.

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Naquele que é o 1º Festival Literário da Gardunha, sob o mote A Viagem Começa Aqui, vai falar-se de viagens com mapa, viagens imóveis, com ficção ou com história, poéticas ou não, entre o Oriente e o Ocidente, ou com bilhete apenas de ida.

E vai também viajar-se um pouco, entre o Fundão, Alpedrinha e Castelo Novo, por um território “com grande potencial a nível turístico, cultural, geográfico, e, além disso, com tradição literária porque sobre ele escreveram Virgílio Ferreira, José Saramago, Albano Martins, Miguel Torga, Eugénio de Andrade”, explica Margarida Gil dos Reis, da editora A23, que é a responsável pelo programa do festival – uma organização da Câmara Municipal do Fundão, da A23 e da Grande Turismo.

Na realidade, o festival começou já no dia 22, com a chegada à região de dois escritores e um fotógrafo convidados para residências artísticas, um conceito que Margarida Gil dos Reis quer que seja uma das marcas desta iniciativa. “Em Portugal ainda não há muitas residências artísticas, mas nós queremos apostar nisso”.

Assim, no início da semana chegaram ao Fundão e à Gardunha os escritores Alexandra Lucas Coelho, que ficou em Castelo Novo, e Tiago Salazar, instalado em Janeiro de Cima, e também o fotógrafo Pedro Loureiro, que teve como base o Fundão. “Pedimos aos escritores que se inspirassem no território para que daí possa resultar um texto de ficção. Quanto ao Pedro Loureiro, está a trabalhar num portfolio fotográfico a partir dos lugares da Gardunha”, conta a programadora. “A presença deles foi muito importante também pelos encontros que houve com as escolas. Pedimos-lhes que falassem das viagens deles aos alunos do 7º ano ao 11º e o balanço foi fantástico, foram bombardeados com perguntas.”

A partir de sábado começa o encontro alargado de escritores, com várias conferências – a inaugural, às 11h, cabe ao jornalista e escritor de viagens espanhol Javier Reverte. À tarde, o tema será Viagens com Mapa (Alexandra Lucas Coelho, Fernando Paulouro Neves, Luandino Vieira); A Viagem Imóvel (Antonieta Garcia, Américo Rodrigues, Artur Portela); e Poéticas da Viagem (Catarina Nunes de Almeida, Filipa Leal, Inês Fonseca Santos, Ricardo Gil Soeiro).

O primeiro dia termina com um concerto de Cristina Branco e João Paulo Esteves da Silva, “que se inspiraram numa série de letras de escritores”, e domingo “vamos literalmente em viagem”, continua Margarida. Haverá sessões em Alpedrinha e Castelo Novo, como forma de dar a conhecer o território e reforçar a “grande aposta no espaço da Gardunha como geografia de criação, e também de recuperação de costumes e tradições”.

Em Alpedrinha, Alice Vieira, Hélia Correia, Teolinda Gersão e Albano Martins vão falar (às 10h30) de Viagens e Ficção; ainda antes do almoço falar-se-á de Viagens com História (Deana Barroqueiro, Gabriel Magalhães e Miguel Real). Esta primeira edição do festival termina em Castelo Novo com Tiago Salazar, Fernando Alvim, Manuel da Silva Ramos e Paulo Nunes dos Santos a conversar sobre Oriente e Ocidente; Carlos Vaz Marques, José Mário Silva, Pedro Mexia e Paula Moura Pinheiro a viajarem só com Bilhete de Ida; e, às 17h, Arnaldo Saraiva, Fernando Pinto do Amaral e Jaime Rocha a juntarem-se para Ler o Mundo.