Jihadistas decapitam, Obama tarda em ter estratégia para lhes dar luta

Estado Islâmico divulgou novo vídeo com decapitação de combatente curdo.

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Obama quer formar uma coligação larga e com uma estratégia a longo prazo Larry Downing/REUTERS

O vídeo mostra vários homens vestidos com macacões laranja – como os dos prisioneiros de Guantánamo – , que dizem ser peshmergas curdos capturados. Ao fundo, diz a BBC, vê-se o que parece ser uma mesquita de Mossul, a segunda maior cidade iraquiana, capturada pelo Estado Islâmico (IS). Os jihadistas avisam que mais peshmergas serão assim executados, se os líderes curdos continuarem a combatê-los, com o apoio dos Estados Unidos.

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O vídeo mostra vários homens vestidos com macacões laranja – como os dos prisioneiros de Guantánamo – , que dizem ser peshmergas curdos capturados. Ao fundo, diz a BBC, vê-se o que parece ser uma mesquita de Mossul, a segunda maior cidade iraquiana, capturada pelo Estado Islâmico (IS). Os jihadistas avisam que mais peshmergas serão assim executados, se os líderes curdos continuarem a combatê-los, com o apoio dos Estados Unidos.

Em Washington, Barack Obama continua a manter a vontade de dar luta ao EI, mas ainda sem ter uma ideia formada de como o fazer. “Continuaremos a apoiar a oposição moderada [na Síria], pois temos de oferecer ao povo sírio uma alternativa ao Presidente Assad ou ao Estado Islâmico”, afirmou o Presidente dos Estados Unidos, numa conferência de imprensa na Casa Branca, na noite de quinta-feira. Juntar-se a Bashar Al-Assad não é uma hipótese viável, pois o seu regime perdeu “toda a legitimidade” internacional, afirmou claramente Obama.

“Vamos trabalhar política e diplomaticamente com outros países da região. E vamos formar uma coligação para uma estratégia de longo prazo, logo que consigamos juntar os componentes militares, políticos e económicos dessa estratégia”, assegurou o Presidente norte-americano.

Por agora, no entanto, ainda não é claro quais os países que poderão participar nessa coligação – que estará marcada pela memória da invasão do Iraque pelos EUA, em 2003, sob o pretexto de que o país então governado por Saddam Hussein teria armas de destruição maciça, algo que não se veio a confirmar.

Se o Iraque acolhe com agrado os ataques aéreos que os Estados Unidos estão a fazer contra os avanços do Estado Islâmico (EI) no seu território, o Presidente Assad já avisou que quaisquer ataques conduzidos na Síria sem o seu consentimento serão considerados actos de agressão – o que tem o potencial de alargar em muito a escala do conflito sírio, já que não há vontade no Ocidente de incluir Assad numa coligação contra os jihadistas.

Desde o passado dia 8, o exército norte-americano lançou cerca de uma centena de ataques no Norte do Iraque, que permitiram às forças curdas e iraquianas recuperar o controlo da gigantesca barragem de Mossul, que assegura a energia eléctrica a 30% do país.

Face à pressão dos ataques aéreos, o EI retalia utilizando outro tipo de armas, como os a tomada de reféns e as execuções. Na quinta-feira divulgaram um vídeo onde mostram a execução de mais de 160 soldados, depois de se terem apoderado de uma base militar chave na Síria.

A provocação directa contra os Estados Unidos é também uma arma do Estado Islâmico: o jornal The Washington Post noticiou que o jornalista James Foley, executado por decapitação pelos jihadistas num vídeo divulgado na Internet, foi submetido à tortura de simulação de afogamento – o famoso waterboarding que durante a Administração Bush foi usado para interrogar prisioneiros suspeitos de terrorismo, após os atentados de 11 de Setembro de 2011.