Iñarritu a abrir, Ann Hui a fechar, Oliveira fora de concurso: Veneza anuncia a programação

Entre 27 de Agosto e 6 de Setembro, 71ª edição

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Entre um e outro título, entre 27 de Agosto e 6 de Setembro, desenrola-se a programação da 71ª edição do Festival de Veneza, que acaba de ser anunciada. Em competição, sujeitos à apreciação de um júri presidido pelo compositor Alexandre Desplat: 3 Coeurs, de Benoît Jacquot, 99 Homes, de Ramin Bahrani, Anime Nere, de Francesco Munzi, The Cut, que Fatih Akin retirou à última hora da selecção de Cannes invocando "razões pessoais", Le Dernier Coup de Marteau, de Alix Delaporte, Tales, da iraniana Rakhshan Bani-E'temad, Il Giovane Favoloso, de Mario Martone, Good Kill, de Andrew Niccol, Hungry Hearts, de Saverio Costanzo, Loin des Hommes, de David Oelhoffen, Manglehorn, de David Gordon Green, com Al Pacino, Fires on the Plain, de Shinya Tsukamoto, A Pigeon Sat on a Branch Reflecting on Existence, de Roy Andersson, The Postman's White Nights, de Andrei Konchalovsky, La Rancon de la Gloire, de Xavier Beauvois, Red Amnesia, de Wang Xiaoshuai, Sivas, de Kaan Müjdeci, o Pasolini, de Abel Ferrara (personagem, o realizador italiano, que Ferrara permite que se compare com o Dominique Strauss-Kahan/Mr. Devereaux de Welcome to New York: são figuras de solidão e heresia, como disse já Abel) e The Look of Silence, de Joshua Oppenheimer, que continua a experiência iniciada em The Act of Killing, filme que abria espaço aos carrascos do genocídio na Indonésia de 1965 para repetirem os gestos dos seus crimes: agora tudo se equilibra, Oppenheimer abre espaço à memória e à história das vítimas.

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Entre um e outro título, entre 27 de Agosto e 6 de Setembro, desenrola-se a programação da 71ª edição do Festival de Veneza, que acaba de ser anunciada. Em competição, sujeitos à apreciação de um júri presidido pelo compositor Alexandre Desplat: 3 Coeurs, de Benoît Jacquot, 99 Homes, de Ramin Bahrani, Anime Nere, de Francesco Munzi, The Cut, que Fatih Akin retirou à última hora da selecção de Cannes invocando "razões pessoais", Le Dernier Coup de Marteau, de Alix Delaporte, Tales, da iraniana Rakhshan Bani-E'temad, Il Giovane Favoloso, de Mario Martone, Good Kill, de Andrew Niccol, Hungry Hearts, de Saverio Costanzo, Loin des Hommes, de David Oelhoffen, Manglehorn, de David Gordon Green, com Al Pacino, Fires on the Plain, de Shinya Tsukamoto, A Pigeon Sat on a Branch Reflecting on Existence, de Roy Andersson, The Postman's White Nights, de Andrei Konchalovsky, La Rancon de la Gloire, de Xavier Beauvois, Red Amnesia, de Wang Xiaoshuai, Sivas, de Kaan Müjdeci, o Pasolini, de Abel Ferrara (personagem, o realizador italiano, que Ferrara permite que se compare com o Dominique Strauss-Kahan/Mr. Devereaux de Welcome to New York: são figuras de solidão e heresia, como disse já Abel) e The Look of Silence, de Joshua Oppenheimer, que continua a experiência iniciada em The Act of Killing, filme que abria espaço aos carrascos do genocídio na Indonésia de 1965 para repetirem os gestos dos seus crimes: agora tudo se equilibra, Oppenheimer abre espaço à memória e à história das vítimas.

Se olharmos para a selecção fora de competição, o bouquet faz efeito: o novo de Manoel de Oliveira, a curta O Velho do Restelo, em que, segundo a sinopse disponibilizada, o cineasta reúne num banco de jardim do século XXI Dom Quixote (Ricardo Trepa), Luís Vaz de Camões (Luís Miguel Cintra) Teixeira de Pascoaes (Diogo Dória) e Camilo Castelo Branco (Mário Barroso), Words with Gods, projecto de grupo (Guillermo Arriaga, Emir Kusturica, Amos Gitai. Mira Nair, Warwick Thornton, Hector Babenco, Bahman Ghobadi, Hideo Nakata, Alex de la Iglesia), She’s Funny That Way, de Peter Bogdanovich (comédia escrita pelo realizador e por Louise Stratten, que foi sua mulher e que é irmã da malograda Dorothy Stratten, em tempos musa do cineasta americano), Olive Kitteridge, de Lisa Cholodenko, Burying the Ex, de Joe Dante, In the Basement, em que Ulrich Seidl, depois da trilogia Paraíso, entra pelos segredos das caves austríacas, ou a versão longa de Nyphomanic Volume II.

Na secção Horizontes, Hong Sangsoo, Josh e Ben Safdie (Heaven Knows What, híbrido de ficção e documentário resultante do encontro no metro entre osirmãos cineastas e uma street kid); na secção Giornate degli Autori, os novos de Laurent Cantet (Retour a Ithaque, filme escrito com o romancista cubano Leonardo Padura) ou Christophe Honoré.

Recebrão Leões de Ouro para as respectivas carreiras o documentarista Frederick Wiseman e Thelma Schoonmaker, montadora de Martin Scorsese, com quem colaborou pela primeira vez em 1967, em Who’s That Knocking at my Door, e que se manteve fiel à obra do cineasta a partir de 1980, com O Touro Enraivecido - para além disso, o que foi decisivo para o encontro entre os dois e pelo toque de Thelma no cinema de Martin, a montadora foi companheira de Michael Powell, cineasta muito amado pelo realizador de Goodfellas e cuja influência no italo-americano é profunda (foi dele, já agora, a sugestão a Scorsese para filmar O Toiro Enraivecido a preto e branco, considerando que o vermelho das luvas de boxe vermelhas de Robert de Niro "produzia um efeito estranho", como contou Schoonmaker ao PÚBLICO em 1990, quando veio abrir o ciclo que a Cinemateca Portuguesa dedicou nessa altura ao realizador de Os Sapatos Vermelhos).