O Triângulo Dourado é o melhor filme português do Curtas 2014

Palmarés equilibrado escolhe ainda franco-cambojano Cambodia 2099 para o grande prémio internacional

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O Triângulo Dourado

Numa opção surpreendente mas merecida, O Triângulo Dourado, de Miguel Clara Vasconcelos, filme-poema em viagem pelo mundo paredes meias com o cinema experimental, foi a melhor curta-metragem portuguesa para o júri composto pela programadora Vanja Kaludjercic, pelos realizadores João Rui Guerra da Mata e Paul Negoescu, e pelos críticos Fabien Gaffez e José Manuel López.

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Numa opção surpreendente mas merecida, O Triângulo Dourado, de Miguel Clara Vasconcelos, filme-poema em viagem pelo mundo paredes meias com o cinema experimental, foi a melhor curta-metragem portuguesa para o júri composto pela programadora Vanja Kaludjercic, pelos realizadores João Rui Guerra da Mata e Paul Negoescu, e pelos críticos Fabien Gaffez e José Manuel López.

É a segunda vez que o cineasta lisboeta vence o Curtas, nove anos depois de ter ganho a competição nacional em 2005 com o documentário Documento Boxe. O júri premiou ainda David Doutel e Vasco Sá pela realização da curta animada Fuligem, que venceu também o prémio do público votado pelos espectadores presentes nas várias sessões.

O palmarés internacional foi encabeçado pela estreia na realização do franco-cambojano Davy Chou, Cambodia 2099, uma curta pop e melancólica sobre os sonhos e as ilusões de três adolescentes de um subúrbio de Phnom Penh.

O prémio do público foi para La Bûche de Noël, a mais recente criação de dois “repetentes” do festival, a dupla belga Vincent Patar/Stéphane Aubier, para a sua série animada Panique au Village, que foi igualmente escolhida pelo júri como melhor curta europeia.

O júri premeia ainda um filme em cada uma das três categorias da competição: assim, a melhor ficção foi Person to Person, do americano Dustin Guy Defa, sobre um homem que encontra uma mulher desmaiada em sua casa após uma festa; a melhor animação A Blue Room, do polaco Tomasz Siwinski, onde um homem dá por si prisioneiro de um quarto; e o melhor documentário El Palacio, do mexicano Nicolas Pereda, sobre um grupo de mulheres que vivem juntas numa grande mansão.

O anúncio dos premiados, em véspera de final do Mundial de Futebol que inspirou ao Curtas o programa paralelo Fora de Jogo, foi intercalado com a projecção de um jornal de actualidades sobre um jogo Portugal-Espanha de 1947 e com a exibição de um especial dedicado aos 75 anos do clube de futebol local, o Rio Ave, da série Copa Aleixo. A cerimónia de encerramento trouxe ainda 20 Desenhos e um Abraço, filme de animação produzido no âmbito da residência de José Miguel Ribeiro no projecto de formação de públicos ANIMAR.

Os filmes vencedores podem ainda ser vistos este sábado e domingo, no Teatro Municipal Vila do Conde, com os horários e programas consultáveis em http://festival.curtas.pt .
Crítico de cinema
 

Palmarés

Competição Internacional

Grande Prémio: Cambodia 2099 de Davy Chou (França/Cambodja)

Melhor Ficção: Person to Person de Dustin Guy Defa (EUA)

Melhor Documentário: El Palacio de Nicolás Pereda (México/Canadá)

Melhor Animação: A Blue Room de Tomasz Siwinski (Polónia/França)

Melhor Curta Europeia: Panique au Village: la Bûche de Noël de Vincent Patar e Stéphane Aubier (Bélgica/França)

Prémio do Público: La Bûche de Noël

 
Competição Nacional

Melhor Filme: O Triângulo Dourado de Miguel Clara Vasconcelos

Prémio do Público: Fuligem de David Doutel e Vasco Sá

Melhor Realização: David Doutel e Vasco Sá

 
Competição Experimental: Hacked Circuit de Deborah Stratman (EUA)

Competição Videos Musicais: Far from Everything (White Haus) de Vasco Mendes

Prémio Curtinhas (curtas-metragens para crianças): Capitão Peixe de John Banana

Prémio Take One (competição de filmes de escola): Manifesto dos Danados de João Niza Ribeiro