Obama pede 3700 milhões de dólares para lidar com imigrantes menores

Presidente americano visita o Texas mas não deverá ir à fronteira, onde há uma "crise humanitária".

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Protesto contra a política de imigração dos EUA Robyn Beck/AFP

Obama visita esta quarta-feira o Texas, que junto com o Arizona está no epicentro da crise, com vozes a pedirem que se desloque à fronteira para ver a situação em primeira mão, algo a que o Presidente está a resistir, embora tenha prometido desbloquear a situação, nem que tenha de agir através de decretos presidenciais, face à situação de bloqueio no Congresso.

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Obama visita esta quarta-feira o Texas, que junto com o Arizona está no epicentro da crise, com vozes a pedirem que se desloque à fronteira para ver a situação em primeira mão, algo a que o Presidente está a resistir, embora tenha prometido desbloquear a situação, nem que tenha de agir através de decretos presidenciais, face à situação de bloqueio no Congresso.

Mais de 52 mil menores da América Central (sobretudo da Guatemala, El Salvador e Honduras) chegaram sozinhos aos Estados Unidos desde Outubro. É o dobro do número das crianças desacompanhadas que cruzaram a fronteira ilegalmente no ano passado, que já tinha visto o dobro do número do ano anterior. Espera-se que este ano sejam entre 60 e 80 mil crianças a atravessar sozinhas a fronteira. Muitos outros milhares fazem-no com as suas famílias.

Muitos destes menores são ainda crianças. Algumas, descreve a CNN, têm apenas quatro anos, e trazem pedaços de papel pregados na roupa indicando um número de telefone ou uma morada de um familiar nos Estados Unidos.

Os centros onde estão já não têm capacidade para mais pessoas, por isso as autoridades abriram centros temporários, e repetem-se relatos de condições degradantes em locais "que parecem mais campos de refugiados em zonas atingidas por guerra em países em desenvolvimento", descreve a emissora CNN. Juntam-se denúncias de abusos sexuais, ameaças de violência, etc.

A verba pedida ao Congresso será gasta, diz a Casa Branca, em agentes de patrulha de fronteira, juízes para questões de imigração, vigilância aérea, e novas instalações de detenção  muitos dos menores apanhados a passar a fronteira ilegalmente acabam detidos em centros de imigrantes que estão preparados para curtas estadias, enquanto esperam pelo resultado do processo de deportação.

A lei prevê um processo mais complicado (e mais demorado) para os imigrantes das América Central do que para os imigrantes mexicanos que entrem ilegalmente nos EUA. Um responsável disse que gostaria de ver "uma só abordagem à questão das crianças vindas da região".

"Estamos a tomar passos para proteger a eficácia processual mas também para remover estes migrantes de modo mais eficaz", disse um responsável da Casa Branca ao New York Times

Obama está a ser criticado pelos republicanos que querem ver os menores deportados mais rapidamente, e de associações de defesa de direitos humanos que pressionam para que menores chegados ilegalmente possam continuar no país. 

A divisão partidária está ainda a atrasar a aprovação de uma nova reforma da imigração.