Holanda terminou com o sonho da Costa Rica

Selecção da Holanda apurou-se para as meias-finais, depois de vencer no desempate por penáltis a grande surpresa da prova.

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O guarda-redes suplente da Holanda entrou para defender penáltis. E defendeu mesmo Reuters

A Holanda já pode deixar de olhar para os prolongamentos nos Campeonatos do Mundo com absoluta desconfiança. Até este sábado, não tinha tido nenhum final feliz em jogos que necessitaram de tempo extra para serem resolvidos. Mas ao quinto prolongamento quebrou finalmente o enguiço e garantiu, ainda que só no desempate por grandes penalidades (4-3), o apuramento para as meias-finais, fase em que irá defrontar a Argentina. Depois de um jogo sem golos na Arena Fonte Nova, em Salvador, o vice-campeão mundial travou o percurso da surpreendente Costa Rica, que chegou onde poucos fora do próprio país imaginavam.

Depois de sobreviver a três ex-campeões do mundo (Itália, Inglaterra e Uruguai) na fase de grupos e a um ex-campeão europeu (Grécia) nos oitavos-de-final, a selecção da América Central colocou-se em condições de atingir as meias-finais, mas o “especialista” Tim Krul, que Louis van Gaal lançou de propósito para o desempate, aos 120+1’, defendeu os remates do capitão Bryan Ruiz e do central Michael Umaña.

Deste modo, as selecções dos Estados Unidos de 1930 e da Coreia do Sul de 2002 permanecem como as únicas não pertencentes à América do Sul ou Europa capazes de jogarem uma meia-final de um Mundial.

A Holanda, por seu turno, garante a presença no top 4 pela segunda vez seguida. Para isso, precisou nos penáltis da eficácia que não teve nos 120 minutos de jogo, que dominou por completo. Van Persie, Robben, Sneijder e Kuyt não falharam da marca dos 11 metros e agendaram o segundo duelo Europa-América do Sul das meias-finais.

O trauma holandês com os desempates ou prolongamentos foi, no mínimo, atenuado. A Holanda, que nunca marcou um golo no tempo extra — e voltou a não marcar —, perdeu duas finais (1978, com a Argentina, e 2010, com a Espanha) no prolongamento e uma meia-final nos penáltis (1998, com o Brasil), além de um outro jogo por 3-0 com a Checoslováquia em 1938.

E acabou por fazer-se justiça nas grandes penalidades. Apesar de a Costa Rica ter mostrado as qualidades que a fizeram chegar tão longe na competição, como organização e resistência, foi a Holanda, liderada por Robben e Sneijder, que esteve sempre mais próxima da vitória.

Ambas as selecções mantiveram-se fiéis ao sistema de três defesas-centrais, mas o trio que teve mais tenso durante os 120 minutos foi o formado por Johnny Acosta, Giancarlo González e Umaña. O guarda-redes Keylor Navas fez mais uma exibição determinante. Não defenderá mais no torneio do Brasil, mas sai de cena como uma dos melhores da prova na sua posição.

Na primeira parte, negou o golo a Van Persie (21’), Depay (29’) e Sneijder (39’). O avançado do Manchester United voltou a ser travado pelo guardião do Levante aos 84’, que teve de defender também uma tentativa de Vlaar no prolongamento.

Sneijder atirou duas vezes aos ferros da baliza da Costa Rica (82’ e 119’), que já nos descontos da 2.ª metade viu Tejeda salvar em cima da linha de golo um remate de Van Persie.

A equipa da América Central, que nunca tinha chegado aos quartos-de-final da prova e foi a primeira da CONCACAF a atingir esta fase desde os EUA em 2002, resistiu a tudo e teve a grande oportunidade de chocar a Holanda e deitar por terra a quarta selecção europeia a três minutos do fim do prolongamento, através de uma iniciativa individual do suplente Marco Ureña, mas Jasper Cillessen defendeu.

Os ticos foram dominados neste jogo, mas foram afastados sem perder nenhuma vez e conseguiram ser a defesa menos batida da competição, com apenas dois golos sofridos.


 

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