Exame de Matemática do 9.º ano foi "fácil, fácil"

A prova de Matemática foi tão acessível que deixou satisfeitos os alunos e chegou a surpreender professores. História A, dizem os estudantes do secundário, também não foi tão difícil quanto temiam.

 “Tudo é relativo, percebe? Eu conto com 5 no exame e se tivesse 2 morria, mas um colega de 3 pode ficar contente com o 2 ou 3. O que se pode dizer, objectivamente, é que o exame é mais fácil do que o do ano passado e os dos anos anteriores”, ajudou a Mariana, depois de confirmar que acertou “quase tudo”. Ao lado, Rafael servia de exemplo vivo: só precisava de 40% e depois de verificar que terá acertado mais do que isso estava "todo contente, claro"..

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 “Tudo é relativo, percebe? Eu conto com 5 no exame e se tivesse 2 morria, mas um colega de 3 pode ficar contente com o 2 ou 3. O que se pode dizer, objectivamente, é que o exame é mais fácil do que o do ano passado e os dos anos anteriores”, ajudou a Mariana, depois de confirmar que acertou “quase tudo”. Ao lado, Rafael servia de exemplo vivo: só precisava de 40% e depois de verificar que terá acertado mais do que isso estava "todo contente, claro"..

“Foi mais fácil, sim – parece-me até que é a prova mais fácil desde que há exames no 9.º ano, isto é, desde 2005”, concordou a professora Carla Silva, de olhos sorridentes e com o cabelo ainda desalinhado pelo abraço de Gabriela, que a presenteou pendurando-se- lhe no pescoço depois de confirmar que tinha “tudo certo”.

Em Lisboa, na sede da Associação de Professores de Matemática (APM), a reacção foi mesmo “de surpresa”, segundo disse uma das dirigentes, Ana Vieira Lopes. “A prova tem a mesma estrutura da do ano passado, pelo que terá parecido familiar aos alunos que estudaram por ela, mas as questões desta vez são claras e directas, nalguns casos elementares, mesmo”, comentou. Em 2013, a classificação média no exame de Matemática no 9.º foi de 43%, este ano a expectativa é, “naturalmente”, que as notas dos 90 mil alunos que fizeram a prova subam, disse Ana Lopes.

Numa nota enviada à comunicação social, a Sociedade Portuguesa de Matemática também considerou “que a prova teve um nível de complexidade substancialmente inferior” à do ano passado - "Qualquer aluno de nível 3 não deveria ter dificuldade em obter um resultado acima dos 60%, e qualquer aluno de nível 4 deveria conseguir resolver correctamente 100% da prova” feita esta segunda-feira, avaliou. Na prespectiva dos responsáveis desta sociedade científica, não há no exame "qualquer item que permita distinguir especificamente um aluno de nível 5” e a prova fica "aquém do nível de exigência que considera adequado para o 9º ano". “Uma expectável subida da média nacional em relação aos últimos anos não permitirá, infelizmente, concluir que houve uma melhoria objectiva do desempenho escolar”, conclui.

Alunos optimistas com História A

Os alunos do 12.º ano que à mesma hora fizeram o exame de História A (com 16.710 inscritos)  também terão razões para estar optimistas, a avaliar pela opinião dos estudantes da Escola Secundária Filipa de Vilhena, no Porto. Isto, apesar de pela primeira vez desde 2006, a prova ter testado os conhecimentos de dois anos e não apenas do 12.º ano, o que obrigou a um esforço redobrado.  

Luís Cunha, de 18 anos, não estava satisfeito. Queixou-se de que, por ter de estudar seis livros, acabou por se concentrar menos na matéria que saiu no exame, “o que vai reflectir-se na nota, de certeza”. Mas os colegas mostravam-se aliviados. “Pensava que ia ser mais difícil,  acho que até foi acessível, mais do que os exames dos outros anos”, comentou à saída Pedro Figueiredo.

Pedro e Joana Almeida concordaram que a pergunta de desenvolvimento foi a mais difícil. “Englobava muita coisa, como a escalada armamentista, a era espacial, a questão da divisão da Alemanha - vários tópicos, e nós, ao querermos escrever tudo, podemos ter esquecido algum”, disse Pedro Figueiredo. Para responder, Joana Almeida diz ter-se apoiado nos documentos que, ainda assim, “ajudavam bastante”.

A maior parte dos alunos da Secundária Filipa de Vilhena que fizeram exame de História A preferiu focar-se no exame de Português, prova de ingresso no ensino universitário, realizada na passada quarta-feira. E também apareceram alunos externos, que foram à escola esta segunda-feira para tentarem concluir o ensino secundário. “Este ano não tive aulas porque estou a trabalhar. O que tirar no exame, é aquilo que fico no final do ano”, explicou Rita Mourão, de 19 anos.

Para os alunos do 9.º ano, as provas acabaram hoje. As classificações nas provas de Matemática e de Português serão conhecidas no dia 14 de Julho.

Os mais velhos ainda têm alguns desafios pela frente. Quarta e quinta-feira, respectivamente, realizam-se dois dos exames decisivos para os estudantes que querem ingressar em cursos superiores da área da saúde: o de Biologia e Geologia (com 55 mil inscritos) e o de Matemática A, que deverá feito por 50 mil estudantes.

Os resultados da 1.ª fase de exames serão conhecidos a 11 de Julho e a 1.ª fase do concurso nacional de acesso ao superior decorre entre o dia 17 do mesmo mês e 8 de Agosto. Será nessa altura que estará em jogo o maior número de vagas no ensino público. A 8 de Setembro haverá resultados das colocações.