Kelly Reichardt, Antonioni, Sarajevo: vai ser assim Vila do Conde 2014

22ª edição do festival decorre de 5 a 13 de Julho e fala ainda de futebol pelo meio de duas dezenas de novas curtas nacionais

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Teresa Villaverde e Valérie Massadian (a autora de Nana) são duas das cineastas na selecção oficial competitiva do 22º Curtas, a par de nomes como Salomé Lamas, Jay Rosenblatt, Sandro Aguilar, Bill Morrison ou Gabriel Abrantes. E o campeonato mundial de futebol serve de pretexto para o ciclo paralelo Fora de Jogo, sobre o futebol visto no cinema (destaque maior: The Second Game, onde o romeno Corneliu Porumboiu revê uma final de 1988 pelos olhos do seu pai, árbitro de futebol).

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Teresa Villaverde e Valérie Massadian (a autora de Nana) são duas das cineastas na selecção oficial competitiva do 22º Curtas, a par de nomes como Salomé Lamas, Jay Rosenblatt, Sandro Aguilar, Bill Morrison ou Gabriel Abrantes. E o campeonato mundial de futebol serve de pretexto para o ciclo paralelo Fora de Jogo, sobre o futebol visto no cinema (destaque maior: The Second Game, onde o romeno Corneliu Porumboiu revê uma final de 1988 pelos olhos do seu pai, árbitro de futebol).

Naturalmente, será a presença em Vila do Conde de Kelly Reichardt, que apresentará o novo Night Moves (estreado em Veneza 2013 e que chegará às salas portuguesas a 10 de Julho), a concentrar as atenções. Mas o nome do italiano Michelangelo Antonioni merece igual destaque: é ele este ano o “alvo” da habitual exposição na Solar – Galeria de Arte Cinemática em parceria com o Curtas, apresentando obras que usam o trabalho do realizador de A Aventura como ponto de partida. Nem de propósito, a exposição chama-se Aventura Antonioni e inaugura já este sábado, 21.

Até 7 de Setembro, serão mostrados trabalhos do albanês Anri Sala (Answer Me, inspirada por um escrito do cineasta), do alemão Clemens von Wedemeyer (Silberhöhe, referenciando as paisagens urbanas de O Eclipse), do britânico Stephen Connolly (Zabriskie Point (Redacted), “releitura” de Deserto de Almas) e da dupla alemã Matthias Müller/Christoph Girardet (Mirror). Estas quatro obras serão completadas por duas encomendas inéditas, Western Chronicles do belga Nicolas Provost (presença regular no Curtas) e uma performance musical de Pedro Augusto aliás Ghuna X (marcar na agenda: 9 de Julho às 19h). Em paralelo, o Curtas exibe a integral das curtas do realizador italiano e ainda dois clássicos seus, O Deserto Vermelho, com Monica Vitti e Richard Harris, e Blow-Up – História de um Fotógrafo, com David Hemmings e Vanessa Redgrave.

No que diz respeito à competição, o Curtas apresentará cerca de 20 novos filmes portugueses a concurso, muitos deles assinados por habitués do certame. A maior curiosidade, para já, vai para Salomé Lamas (com Le Boudin, que se inscreve no trabalho sobre a memória que já dera origem a Terra de Ninguém), mas teremos também novas obras de Sandro Aguilar (First Light), Rodrigo Areias (Cinema), Gabriel Abrantes (Taprobana), Miguel Clara Vasconcelos (O Triângulo Dourado) ou Mariana Gaivão (First Light).

Do lado do concurso internacional, começam por saltar à vista os novos trabalhos do veterano americano Jay Rosenblatt, The Claustrum, e da francesa Valérie Massadian, America, que se movimenta no mesmo universo da sua aclamada longa Nana. Bill Morrison, com All Vows, Edgar Pêra, com Stillness, ou Pierre Huyghe, com A Way In Untilled, são alguns dos nomes presentes na competição experimental.

De ressalvar ainda a presença a concurso de Sara e a Sua Mãe, contribuição de Teresa Villaverde para o filme colectivo Pontes de Sarajevo. O festival exibirá ainda, fora de concurso, os segmentos desta longa assinados por Jean-Luc Godard, Sergei Loznitsa, Vincenzo Marra, Ursula Meier e Cristi Puiu; e mostrará ainda as duas curtas nacionais apresentadas em Cannes, Boa Noite Cinderela de Carlos Conceição e A Caça-Revoluções de Margarida Rego. Tudo em Vila do Conde, de 5 a 13 de Julho, com pormenores no site do costume: http://festival.curtas.pt.