Crise fez UE abandonar metas ambientais onde já foi campeã mundial, diz BE

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"m resgate que é preciso fazer é o da democracia e o da política." João Cordeiro

Marisa Matias falava aos jornalistas junto ao Castelo de Almourol, em Vila Nova da Barquinha, onde se encontrou com ecologistas da ProTejo que deram conta dos problemas ambientais e da gestão da água.

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Marisa Matias falava aos jornalistas junto ao Castelo de Almourol, em Vila Nova da Barquinha, onde se encontrou com ecologistas da ProTejo que deram conta dos problemas ambientais e da gestão da água.

"Não há nenhum modelo de desenvolvimento que possa ter futuro se não tiver as preocupações ambientais também no centro desse modelo. Com a crise e com a gestão que foi feita da crise, essas dimensões foram abandonadas", disse.

Na opinião da cabeça de lista do BE, estas dimensões ambientais "foram sendo afastadas, muitas vezes esquecidas e a crise usada como desculpa para evitar cumprir um conjunto de metas nas quais a União Europeia já foi em tempos campeã à escala mundial".

"Estamos a falar do único domínio, o único, em que a legislação é exclusivamente de responsabilidade da União Europeia, comunitária. Nós não temos política ambiental nacional como nenhum país da União Europeia tem política ambiental nacional. Por isso não podemos deixar de focar as questões ambientais", justificou.

Lamentando o recuo nos últimos anos em termos de metas ambientais, Marisa Matias constatou que a União Europeia "passou a estar a nível de muitas regiões do mundo que não são propriamente conhecidas por cumprir os critérios ambientais".

"A água esteve no centro do debate nos últimos anos por uma questão da água como bem público e também pela gestão dos recursos hídricos", acrescentou.

De acordo com a eurodeputada do BE, este "foi o tema da primeira iniciativa cidadã, apoiada e aprovada no Parlamento Europeu".

"Pena é que, apesar dos muitos milhões de assinaturas que foram recolhidas, quando chegou à Comissão Europeia esbarrou e acharam que o tema era muito relevante mas que para já não iam legislar nessa matéria", lamentou.