CGTP aproveita 1.º de Maio para anunciar novo programa de acções de luta

Principais comemorações do Dia do Trabalhador concentram-se em Lisboa e Porto. Seguro vai a uma conferência com sindicalistas do PS na UGT e CGTP e angaria militantes; Passos junta-se aos TSD num hotel.

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CGTP comemora o Dia do Trabalhador na Alameda D. Afonso Henriques; a UGT estará junto à Torre de Belém. Nuno Fereira Santos

Arménio Carlos garante que não são só as temperaturas que vão subir nos termómetros com a chegada do Verão. “O calor da luta vai marcar os próximos meses”, promete o líder da central sindical, acrescentando que “será um calendário muito preenchido e exigirá uma forte unidade e participação dos trabalhadores, independentemente das suas convicções ideológicas de base”. Não quis levantar o véu sobre as iniciativas, mas é quase certo que uma nova greve geral não estará fora dos planos.

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Arménio Carlos garante que não são só as temperaturas que vão subir nos termómetros com a chegada do Verão. “O calor da luta vai marcar os próximos meses”, promete o líder da central sindical, acrescentando que “será um calendário muito preenchido e exigirá uma forte unidade e participação dos trabalhadores, independentemente das suas convicções ideológicas de base”. Não quis levantar o véu sobre as iniciativas, mas é quase certo que uma nova greve geral não estará fora dos planos.

“Depois deste pacote de agressões - que se seguiu a outro que foi apresentado há dias na concertação social que ataca a contratação colectiva - estão reunidas todas as condições para ser um enorme 1 de Maio, mostrando a indignação dos trabalhadores contra estas políticas”, avisa Arménio Carlos. São medidas “ilegítimas, imorais e ilegais. Temos o direito constitucional de resistir a elas”, promete.

Os discursos dos líderes da CGTP, UGT e USI – União de Sindicatos Independentes estão marcados para a tarde, em Lisboa – sob um auspicioso sol primaveril que o IPMA- Instituto Português do Mar e da Atmosfera prevê para esta quinta-feira -, mas a festa em que há muitos anos se tornou a comemoração do Dia do Trabalhador começa de manhã. Os programas incluem muita música popular, sobretudo ranchos, tunas, coros, concertinas e filarmónicas, almoços convívio e provas desportivas. A CGTP anunciou um vasto programa que inclui eventos em pelo menos 38 vilas e cidades por todo o país.

Em Lisboa, a UGT assenta arraiais junto da Torre de Belém sob o lema “Emprego, solidariedade, justiça social”, com um colóquio sobre “Novos desafios/novas lutas”, música e os discursos marcados para as 15h30. A central liderada por Carlos Silva salienta que as conquistas de Abril “estão a ser postas em causa pela cegueira ideológica do Governo através de uma política de austeridade cega, que asfixia o país”. Nos discursos será defendido o aumento do salário mínimo, a necessidade de mais oportunidades para os jovens, condições de trabalho dignas, um regime de segurança social público, a melhoria do SNS e da escola pública e serviços públicos de qualidade.

Depois da Corrida Internacional do 1 de Maio com partida e chegada no Estádio 1.º de Maio às 10h, a CGTP desfila entre o Martim Moniz e a Alameda D. Afonso Henriques para um comício a partir das 16h30 sob o lema “Lutar para mudar de política e de Governo – Abril e Maio de novo com a força do povo”. Não foram feitos convites, mas o PCP já anunciou a presença de Jerónimo de Sousa e João Ferreira na manifestação, e pelo BE estarão João Semedo e Marisa Matias. No Porto as actividades concentram-se na Avenida dos Aliados com uma manhã infantil, uma exposição e comício às 15h com o coordenador da União dos Sindicatos do Porto. A coordenadora do BE Catarina Martins marcará presença.

Ainda em Lisboa, o Rossio é já o local tradicional para a União dos Sindicatos Independentes (USI) comemorar o Dia do Trabalhador, depois de um almoço no Parque Eduardo VII; no Porto escolheram a Praça da Ribeira. “A nossa principal preocupação neste momento é a resistência”, afirma ao PÚBLICO o coordenador da USI, Afonso Diz. Resistência contra alguma perda de contribuições dos trabalhadores devido à austeridade e desemprego, e contra o Governo. “Não fazemos parte do Conselho Económico e Social, estamos descomprometidos de ter que ser meigos nas nossas intervenções”, afirma o coordenador, prometendo discursos “agressivos e críticos, de luta”. A estrutura integra 12 sindicatos de diversos sectores, representando cerca de 70 mil trabalhadores.

Os palcos escolhidos para os festejos dos socialistas e sociais-democratas na cidade de Lisboa mostram bem as respectivas diferenças. António José Seguro vai com Francisco Assis até à Cordoaria Nacional (12h) para o debate “Políticas necessárias para uma mudança” e um encontro com as correntes do PS nas duas centrais, incluindo o líder da UGT, Carlos Silva, e Carlos Trindade (CGTP) e angariar sindicalistas para o PS – está prevista a formalização da adesão ao partido de 12 dirigentes sindicais de sectores como a educação, saúde, impostos e calçado.

Pedro Passos Coelho e Paulo Rangel passarão a manhã no Hotel Vila Galé Ópera do Parque das Nações, na Expo, com os TSD – Trabalhadores Social-Democratas, que comemoram também o seu 30.º aniversário.