Daniel Barenboim vai liderar concerto de tributo a Claudio Abbado

A orquestra interpretará a marcha fúnebre da Sinfonia n.º 3 de Beethoven à porta aberta e com a sala vazia, de forma a poder ser ouvida e apreciada por qualquer pessoa que passe na rua.

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Claudio Abbado (à esquerda) com Daniel Barenboim no Teatro alla Scala de Milão em 2012 Reuters

A homenagem preparada para a próxima semana é já uma tradição no La Scala, que quando morre um dos seus antigos directores lhes dedica um concerto. A orquestra interpretará a marcha fúnebre da Sinfonia n.º 3 de Beethoven à porta aberta e com a sala vazia, de forma a poder ser ouvida e apreciada por qualquer pessoa que passe na rua. A tradição começou após a morte do maestro italiano Arturo Toscanini (1867 – 1957).

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A homenagem preparada para a próxima semana é já uma tradição no La Scala, que quando morre um dos seus antigos directores lhes dedica um concerto. A orquestra interpretará a marcha fúnebre da Sinfonia n.º 3 de Beethoven à porta aberta e com a sala vazia, de forma a poder ser ouvida e apreciada por qualquer pessoa que passe na rua. A tradição começou após a morte do maestro italiano Arturo Toscanini (1867 – 1957).

Daniel Barenboim, nascido na Argentina, filho de judeus de origem russa e que tem nacionalidade israelita e espanhola e é ainda cidadão honorário palestiniano, era amigo próximo de Claudio Abbado. Os dois partilharam o palco do La Scala em 2012 quando Abbado regressou à música depois de um período em que esteve inactivo por doença.

Quando na segunda-feira se soube da morte de Claudio Abbado, um dos nomes maiores da música, Barenboim reagiu assim: “Perdemos um dos maiores músicos dos últimos 50 anos e um dos raros a ter uma ligação directa com o espírito da música em todas as suas formas". Na sua declaração, citada pela Reuters, o maestro e pianista acrescenta que Abbado "foi um exemplo para o mundo, mostrou que os músicos jovens e inexperientes podem fazer música ao mais alto nível quando trabalham com a atitude e o empenho adequados". "Devemos-lhe isto e muito mais”, acrescentou Barenboim, que assumiu o cargo de director musical do La Scala em 2011 - e que apesar de ter contrato até 2016, decidiu sair já em 2014.

Claudio Abbado estreou-se no Scala em 1960 e, seis anos depois, com apenas 35 anos, iria assumir a direcção artística do histórico teatro de ópera.

Nascido em Milão a 26 de Junho de 1933, Claudio Abbado associou ao La Scala a direcção das mais destacadas formações mundiais da música, como a Filarmónica de Berlim, onde sucedeu a Herbert von Karajan, a Filarmónica e o Teatro de Ópera de Viena ou a Sinfónica de Londres.

Na sua extensa carreira internacional, passou duas vezes por Lisboa: em Maio de 1969, apresentou-se no Coliseu dos Recreios, no âmbito do 13.º Festival Gulbenkian de Música; em Outubro de 1997, dirigiu, no ciclo Grandes Orquestras Mundiais da Gulbenkian, a Filarmónica de Berlim e o Coro Gulbenkian, na interpretação da 2.ª Sinfonia de Mahler.

Gravou também com a pianista Maria João Pires obras de Mozart e Schumann.