PCP promete combate a medidas do Governo, Bloco fala em novo imposto

Partidos de esquerda dizem que executivo sacrifica "os mesmos de sempre" e que decisõs são recessivas.

O PCP prometeu combate ao aumento das contribuições para a ADSE e ao alargamento da base de incidência da Contribuição Extraordinária de Solidariedade (CES), acusando o Governo de actuar como um conselho de administração dos poderosos.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O PCP prometeu combate ao aumento das contribuições para a ADSE e ao alargamento da base de incidência da Contribuição Extraordinária de Solidariedade (CES), acusando o Governo de actuar como um conselho de administração dos poderosos.

A posição foi assumida por Armindo Miranda, membro da Comissão Política do PCP, depois de o ministro da Presidência, Luís Marques Guedes, ter anunciado, na quinta-feira, que o Governo vai alargar a base de incidência da CES e aumentar as contribuições dos beneficiários da ADSE, até aprovar uma "alteração duradoura" às pensões da Caixa Geral de Aposentações em pagamento.

No final do Conselho de Ministros, Luís Marques Guedes referiu também o entendimento do executivo de que a solução para o chumbo do Tribunal Constitucional aos cortes nas pensões da Caixa Geral de Aposentações não deve passar pelo aumento de impostos.

Para o PCP, depois de tudo o que se passou em 2013, com um agravamento da pobreza e aumento do número de grandes fortunas, "o Governo volta à mesma situação, sacrificando os mesmos de sempre", sobretudo os pensionistas e os trabalhadores.

"Este Governo comporta-se como um conselho administração ao serviço dos banqueiros, dos grupos económicos e de todos os interesses que parasitam no país. Numa altura em que o número de pobres ultrapassa os 2,5 milhões de portugueses, o Governo, em vez de aplicar impostos sobre as grandes fortunas e sobre a grande riqueza, vai novamente tentar rapar nos bolsos onde já não há nada para rapar", sustentou Armindo Miranda.

De acordo com o dirigente comunista, perante estas medidas do Governo, o PCP, "naturalmente, tudo fará para impedir a sua concretização"."Tudo faremos para travar estas medidas na Assembleia da República e estaremos ao lado dos trabalhadores e dos reformados lutando nas ruas", acrescentou o membro da Comissão Política do PCP.

BE: Governo contorna "de forma grotesca" chumbo e cria novo imposto

O BE considerou que o Governo contornou "de forma grotesca" o chumbo do Tribunal Constitucional (TC) à convergência de pensões, criando um novo imposto, ao alargar a base de incidência da Contribuição Extraordinária de Solidariedade.

Em declarações à agência Lusa, a deputada do BE Mariana Aiveca sustentou que as medidas anunciadas após a reunião do Conselho de Ministros "são uma "forma grotesca de contornar a decisão do Tribunal Constitucional", um "autêntico malabarismo feito pelo Governo", que "responde com um novo imposto".

O BE considera que as medidas anunciadas, e sobre as quais exige mais esclarecimentos por parte do Governo, são "recessivas e vão provocar mais buracos orçamentais".