Google e Microsoft chegam a acordo para bloquear imagens de abusos infantis

Duas empresas são responsáveis por 95% do tráfego. Medida tinha sido pedida por David Cameron, mas especialistas dizem que muitos dos conteúdos são escondidos de outras formas.

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O acordo da empresa passa sobretudo por bloquear 100 mil termos de pesquisa JOCHEN LUEBKE/AFP

São cerca de 100 mil os termos que as duas empresas conseguiram identificar como estando relacionados com este tipo de material através de algoritmos criados. A partir de agora, avança a BBC, sempre que o utilizador fizer uma pesquisa por essas palavras não conseguirá obter nenhum resultado e ainda receberá um alerta de que a pesquisa de imagens relacionadas com abusos sexuais infantis é ilegal.

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São cerca de 100 mil os termos que as duas empresas conseguiram identificar como estando relacionados com este tipo de material através de algoritmos criados. A partir de agora, avança a BBC, sempre que o utilizador fizer uma pesquisa por essas palavras não conseguirá obter nenhum resultado e ainda receberá um alerta de que a pesquisa de imagens relacionadas com abusos sexuais infantis é ilegal.

O motor de busca da Google e o da Microsoft, o Bing, são responsáveis por 95% do tráfego de pesquisa na Internet, pelo que a medida conjunta cobrirá a maior parte das imagens ilegais disponíveis.

Ao Daily Mail, o presidente da Google, Eric Schmidt, disse ainda que o impacto da medida será ainda maior quando “brevemente” implementarem a medida em 150 línguas diferentes. Por agora as novas regras só estão a funcionar  em inglês e em apenas 13 mil dos termos identificados é que já aparece o alerta sobre o comportamento ilegal e alguns contactos específicos onde o utilizador pode procurar ajuda sobre a sua conduta.

Apesar de defenderem este tipo de medidas, muitos dos especialistas na protecção de crianças não acreditam que tenham o alcance pretendido, explica a BBC, justificando que muitas das imagens em questão estão escondidas de outra forma e são partilhadas sem o recurso a estes servidores.

De todas as formas, o primeiro-ministro inglês, que tinha impulsionado e apelado a medidas urgentes neste sentido, já veio congratular-se com o passo, mas assegurou que ou é mesmo implementado e eficaz ou vai avançar para legislação nesse sentido.

Aliás, no final de Julho, David Cameron já tinha dito que queria que as empresas ligadas à Internet bloqueassem o acesso a imagens que mostrem abusos sexuais de crianças ou pornografia infantil. Já na altura tinha dito que, se tal não fosse feito voluntariamente, faria uma legislação sobre o tema.

“Depravadas e repugnantes” foram as palavras escolhidas por Cameron para descrever os resultados das pesquisas permitidas pelas empresas. Logo em Julho, a Google garantiu que, sempre que se depara com imagens relacionadas com pedofilia, as remove assim que possível.

Novas ferramentas em desenvolvimento
Em Junho, a Google avançou também ao Telegraph que um dos motivos para por vezes ser demorado remover as imagens que envolvem crianças é a ausência de um sistema unificado que abranja, por exemplo, Yahoo!, Microsoft, Twitter e Facebook. Por isso, a gigante tecnológica começou a trabalhar num novo programa que permitirá de forma célere a troca de informações sobre pedofilia entre sites, Governos e organizações não-governamentais.

Aproximadamente 3,75 milhões de euros foi quanto a empresa decidiu destinar aos grupos National Center for Missing and Exploited Children e Internet Watch Foundation, como a outras organizações nos Estados Unidos, no Canadá, na Austrália e na América Latina. E cerca de 1,5 milhões de euros vão para a Child Protection Technology Fund, fundo criado com o objectivo de financiar o desenvolvimento de ferramentas tecnológicas que auxiliem o combate à pornografia infantil.