Preço de venda dos CTT divulgado na segunda-feira

Governo garante que calendário da operação está a ser respeitado, pelo que deverá ocorrer no início de Dezembro.

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O Governo ainda está a promover a empresa junto de potenciais interessados António Borges

Apesar de ter sido noticiado que o Conselho de Ministros decidiria nesta quinta-feira o valor das acções e outros detalhes da privatização, o ministro dos Assuntos Parlamentares informou, no briefing com jornalistas, que o assunto foi abordado, mas não há ainda decisões tomadas. Isto porque o executivo vai esperar que termine o roadshow que iniciou para promover a empresa junto de potenciais compradores.

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Apesar de ter sido noticiado que o Conselho de Ministros decidiria nesta quinta-feira o valor das acções e outros detalhes da privatização, o ministro dos Assuntos Parlamentares informou, no briefing com jornalistas, que o assunto foi abordado, mas não há ainda decisões tomadas. Isto porque o executivo vai esperar que termine o roadshow que iniciou para promover a empresa junto de potenciais compradores.

"O assunto foi tratado mas ainda não está definitivamente fechado porque o roadshow só termina amanhã e seria errado estabelecer um intervalo de preços antes de terminar estes contactos", explicou. Quando terminarem, o Governo tomará uma decisão que será comunicada oficialmente na segunda-feira, pelas 9h, garantiu Luís Marques Guedes. 

De acordo com o governante, já foram abordados 60 potenciais investidores, mas falta ainda estabelecer contactos com "mais uma dezena". Questionado sobre a data da operação, depois de o ministro da Economia ter referido, no final de Outubro, que irá ocorrer até ao final da primeira semana de Dezembro, Marques Guedes disse apenas que "o cronograma está a ser respeitado", adiantando que a operação irá estender "por duas semanas".

O Governo aprovou, a 10 de Outubro, o modelo de privatização dos CTT – uma operação que integra o programa acordado com a troika. A venda será feita através da dispersão em bolsa da maioria do capital da empresa (até 70%), mas o objectivo, a médio prazo, é que o Estado se desfaça totalmente da posição que detém no grupo.  

Num comunicado no final de Outubro, a administração escreveu que "os CTT estão activamente e em estreita coordenação com o seu accionista a trabalhar para assegurar a execução da operação, com grande dedicação e empenho de vastas equipas internas e do apoio dos assessores estratégicos, financeiros e jurídicos".

Tal como o PÚBLICO noticiou recentemente, a privatização está associada à transferência dos reformados dos CTT para a ADSE. O sistema de saúde da função pública assumirá as responsabilidades financeiras da empresa, que em contrapartida pagará ao Estado cerca de 200 milhões de euros no próximo ano. Esta operação, que gerará receitas extraordinárias em 2014, foi adiada para depois da venda do grupo liderado por Francisco Lacerda.

Os CTT registaram lucros de 45,2 milhões de euros no terceiro trimestre de 2013, o que significou uma subida de 27,7% face ao mesmo período do ano passado. Este aumento foi anunciado a um mês da privatização da empresa na bolsa.