Biblioteca de Alexandria distinguida com o Prémio Calouste Gulbenkian 2013

O prémio é atribuído anualmente a uma instituição ou a uma pessoa, portuguesa ou estrangeira, que se tenha distinguido pelo seu papel na defesa dos valores essenciais da condição humana.

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Biblioteca de Alexandria no Egipto Nuno Ferreira Santos

A Biblioteca de Alexandria, no Egipto, e o respectivo director, Ismail Serageldin, são os vencedores do Prémio Calouste Gulbenkian 2013, no valor de 250 mil euros, anunciou esta segunda-feira a entidade.

De acordo com a Fundação Calouste Gulbenkian, o júri distinguiu este ano “um dos mais prestigiados centros de conhecimento a nível mundial”. O prémio, em segunda edição, será entregue na sexta-feira, às 18h, na sede da entidade, em Lisboa.

“A Biblioteca de Alexandria é uma referência cultural para o Mediterrâneo e isso deve-se sobretudo à visão, ao vigor e ao incansável trabalho de Ismail Serageldin”, justificou o júri do Prémio Calouste Gulbenkian, segundo uma nota de imprensa hoje divulgada.

O galardão é atribuído anualmente pela Gulbenkian a uma instituição ou a uma pessoa, portuguesa ou estrangeira, que se tenha distinguido pelo seu papel na defesa dos valores essenciais da condição humana.

Entre 70 nomeações recebidas, o júri - presidido por Jorge Sampaio - decidiu atribuir o Prémio àquela “instituição de saber egípcia, que completou o ano passado uma década de existência, e ao seu director Ismail Serageldin, académico e dirigente cultural de excelência”, que também lidera os centros de investigação e os museus associados à Biblioteca.

Nas palavras do júri, a Biblioteca de Alexandria “é única”, no sentido em que representa uma entidade egípcia “com dimensão internacional cuja missão é ser um centro de aprendizagem, tolerância, diálogo e compreensão entre culturas e povos, bem como uma instituição líder da era digital”.

Inaugurada em 2002, no local onde terá existido a antiga Bibliotheca Alexandrina, referência cultural da Antiguidade, a nova biblioteca foi criada como um complexo cultural e científico que recebe anualmente cerca de um milhão e meio de visitantes.

Para além de albergar milhões de livros e de estar no centro nevrálgico de muitas importantes redes regionais e internacionais, a Biblioteca de Alexandria reúne ainda um vasto arquivo digital, seis bibliotecas especializadas, quatro museus, um planetário, oito centros de investigação académica, quinze exposições permanentes, quatro galerias de arte para exposições temporárias e um centro de conferências, entre outras valências.

O director, Ismail Serageldin, nasceu em Guiza, em 1944, é licenciado em Engenharia pela Universidade do Cairo, é doutorado em Harvard e tem vários doutoramentos honoris causa de universidades de todo o mundo.

Serageldin foi também vice-presidente do Banco Mundial entre 1992 e 2000, publicou cerca de 60 livros e monografias sobre biotecnologia, desenvolvimento rural e sustentabilidade.

Em 2011 foi agraciado pelo governo francês com a Comenda da Ordem das Artes e Letras.

O Prémio Calouste Gulbenkian é uma homenagem aos valores defendidos por Calouste Sarkis Gulbenkian, o fundador da entidade, e o júri deste ano foi ainda composto por Vartan Gregorian (Carnegie Corporation, EUA), Paul Brest (Stanford Law School e antigo presidente da Hewlett Foundation), comandante Pedro Pires (antigo Presidente da República de Cabo Verde), a princesa Rym Ali da Jordânia (fundadora do Jordan Media Institute), António Nóvoa (reitor Universidade de Lisboa) e Mónica Bettencourt-Dias (investigadora do Instituto Gulbenkian de Ciência), que integra este júri desde Abril de 2013, em substituição de Miguel Poiares Maduro, nomeado entretanto ministro do Desenvolvimento Regional.

A cerimónia da entrega do galardão vai contar com a presença de Ismail Serageldin, Jorge Sampaio e Artur Santos Silva.

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