Portugal

O dia em que Salazar escapou por um triz

Às 10h20 de 4 de Julho de 1937 uma bomba rebentou a poucos metros do carro de Salazar. O ditador limpou o pó da roupa e terá dito: "Vamos assistir à missa".

A missa de domingo era um dos rituais de Salazar. Podia ser no Patriarcado ou na capela privada de um dos seu amigos, Josué Trocado, na Barbosa du Bocage. O sol brilhava na manhã do dia 4 de Julho de 1937 e o Buick do ditador parou em frente à moradia. Por volta das 10h20 um estrondo sacudiu as Avenidas Novas, em Lisboa. O livro 1937 - O Atentado a Salazar (Esfera dos Livros) revela os pormenores do único atentado conhecido contra a vida do ditador. O historiador João Madeira atribuiu à Frente Popular (um triunvirato entre PCP, anarquistas e sindicalistas) a autoria do atentado que até agora era apenas atribuído aos anarquistas. Salazar escaparia por um triz. Conta-se que depois de sacudir a poeira terá dito com indiferença: "Vamos assistir à missa".